A composição denominada Tempestade no Mar da Galileia é uma obra do pintor holandês Rembrandt. O artista retrata uma cena bíblica contida no Novo Testamento.
Segundo a Bíblia — principal livro dos cristãos — Jesus saiu com seus discípulos pelo mar da Galileia, quando foram surpreendidos por uma tempestade. Apesar do perigo, o Mestre dormia tranquilamente. Ao ser acordado em razão do medo vivido pelos apóstolos, recriminou-os, chamando-os “Homens de pouca fé”.
Na sua tela Rembrandt mostra o momento em que a procela irrompe sobre o barco que leva Jesus, os doze apóstolos e mais uma pessoa (o pintor insere seu autorretrato), num total de 14 homens, dividindo-os em dois grupos. As ondas tempestuosas levantam a popa da embarcação, onde cinco apóstolos tentam conter as velas, formando o primeiro grupo. Um deles segura uma vela em volta do mastro, pois o cordame que a prendia foi arrebentado pela fúria da natureza.
Jesus, vestindo uma túnica de cor azul-escuro e trazendo um halo em torno da cabeça, encontra-se no grupo da proa, envolto por sete homens, sendo que um deles toca-o para acordá-lo. Um dos apóstolos — com camisa vermelha e mão na testa — passa mal e vomita na amurada da embarcação. Outro, com camisa verde (autorretrato do pintor) e mão no chapéu, parecendo olhar para o observador, segura na corda do mastro.
O mastro, trazendo uma bandeira com uma cruz na ponta, direciona para o ângulo superior direito da tela, enquanto a verga aponta para os ângulos superior esquerdo e inferior direito, dividindo a composição em dois triângulos, se completarmos com uma linha imaginária. O triângulo da direita comporta o céu com suas nuvens escuras e pesadas e parte do mar, enquanto o da esquerda contém a onda volumosa que ameaça o barco. Mais ao longe, uma luz amarelada, como um laivo de esperança, alumia metade do barco e as beiradas das nuvens.
Em 18 de março de 1990, a pintura acima foi roubada por ladrões disfarçados em policiais. Eles invadiram o Museu Isabella Stewart Gardener em Boston, Massachusetts, EUA, e roubaram-na, juntamente com doze outros trabalhos. As pinturas nunca foram encontradas, sendo esse o maior roubo de arte da história. |