Aula 28
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  Pintura
Mona Lisa
Leonardo da Vinci em 1503

   Mona Lisa ("Senhora Lisa") também conhecida como A Gioconda (em italiano: La Gioconda, "a sorridente"; em francês, La Joconde) ou ainda Mona Lisa del Giocondo ("Senhora Lisa [esposa] de Giocondo") é a mais notável e conhecida obra de Leonardo da Vinci,

   O sorriso

O fato de tamanho do sorriso variar tanto dependendo do ângulo do nosso olhar, dá ao quadro uma aparência dinâmica, e o fato do sorriso desaparecer quando olhamos diretamente para ele, o faz parecer ilusivo. Por isso, para ver a Monalisa sorrir, precisamos olhar para qualquer outro lugar do quadro que não diretamente para a sua boca. Esse é o grande fascínio exercido pelo quadro e a prova do talento de Da Vinci.

   O olhar

Análises geométricas mostram que a grade estrutural da pintura obedece a rígidas divisões, as quais situam os olhos da figura no eixo que parte do centro horizontal e nas subdivisões áureas ali existentes. Como consequência dessa composição, o olhar de Mona Lisa parece acompanhar quem a observa.

   Mais . . .

Leonardo da Vinci utilizou amplamente no quadro uma técnica de pintura conhecida como sfumato, técnica artística usada para criar efeitos de luz e sombra num desenho ou numa pintura. Apesar de não ter sido Leonardo da Vinci quem criou essa técnica, foi o primeiro a usá-la numa pintura e de uma maneira totalmente inovadora. Passando verniz sobre a tinta a óleo, descobriu que os dois ingredientes reagiam entre si, diminuindo as marcas das pinceladas de tinta no quadro e proporcionando uma aparência muito mais suave, além de obter o efeito sombreado que ele queria dar principalmente nos olhos e lábios da modelo. Leonardo repetiu esse processo inúmeras vezes, aplicando diversas camadas muito finas de tinta e verniz, quase transparentes. A técnica trouxe um resultado final deslumbrante, e quase não se percebe marcas de tintas na pintura.

              
2              
Starry Night
Vincent Van Gogh

   A Noite Estrelada é uma pintura de Vincent van Gogh de 1889. A obra retrata a vista da janela de um quarto do hospício de Saint-Rémy-de-Provence, pouco antes do nascer do sol, com a adição de um vilarejo idealizado pelo artista.

Após o colapso de 23 de dezembro de 1888 que resultou na automutilação da orelha esquerda, Vincent Van Gogh internou-se voluntariamente no asilo psiquiátrico Saint-Paul-de-Mausole em 8 de maio de 1889. Sediado num antigo mosteiro, o Saint-Paul-de-Mausole atendia pessoas de famílias ricas e abrigava menos que a metade da capacidade prevista quando da chegada de Van Gogh o que permitiu ao artista viver sozinho numa cela do segundo andar e ainda ter à sua disposição uma sala do térreo para uso como estúdio de pintura.

Van Gogh discutia com Bernard e especialmente com Paul Gauguin sobre pintar de paisagens na sua forma natural, como preferia, ou pintar o que Gauguin chamava de "abstrações", que eram representações imaginadas (de tête).Em carta para Bernard, Vincent relatou a experiência de ter vivido com Gauguin por nove semanas no outono e no inverno de 1888: "Quando ele esteve em Arles, eu numa ou noutra vez permiti-me entrar no desvio da abstração, como sabe. . . . Mas foi um delírio, meu caro amigo, e isso logo nos coloca em choque contra uma parede. . . . E, no entanto, mais uma vez deixei-me desviar e voltei àquelas estrelas grandes demais — outro fracasso — e daquilo eu estava farto." O pintor se referia aos céu expressionista que domina a parte superior de A Noite Estrelada.

Van Gogh também fez declarações sobre sua crença numa vida em outra dimensão após a morte e associou essa dimensão ao céu estrelado. "Seria tão simples e compensaria tanto as coisas terríveis da vida, que agora nos assombra e nos fere, se a vida tivesse ainda outro plano, invisível, é verdade, mas onde o indivíduo chegaria depois de morrer."A esperança está nas estrelas," 

              
3              
A Última Ceia
Leonardo da Vinci

Da Vinci passou três anos de sua vida dedicada a ela, e atualmente é considerada uma das obras mais importantes da humanidade

A ambiciosa obra encomendada pela Igreja de Santa Maria Delle Grazie retrata o momento em que Cristo aponta seu traidor segundo a passagem bíblica João 13:21. Mesmo representando uma passagem tão intensa da Bíblia, Da Vinci retrata o rosto de Cristo expressando calma e serenidade, mas dá movimento a cena representando os demais apóstolos em alvoroço ao questionarem Jesus sobre o que Ele acabara de afirmar.

A obra foi projetada em perfeita simétrica. O rosto de Cristo ocupa o centro do mural e o centro da extensa mesa. Seu olho direito é o ponto de fuga da perspectiva por onde convergem todas as linhas. Ao lado de Jesus na mesa encontram-se os 12 apóstolos, seis em cada lado em grupos de três conectados por gestos e movimentos, aumentando a simetria da cena, juntamente com a disposição das portas e janelas ao fundo. Da Vinci soube captar as mais diversificadas reações psicológicas humanas nos rostos dos apóstolos, bastante diferente das antigas representações desse mesmo tema. Nas versões mais antigas apenas a figura de Judas agitava-se e destacava-se em meio aos tranquilos apóstolos. Outros detalhes também impressionam como o drapeado da toalha e das roupas dos personagens, além dos pratos sobre a mesa.

Muitos mistérios e mensagens subliminares rondam a pintura, o principal deles diz que sentado à direita de Jesus está Maria Madalena, ao invés de João como se acredita.

Segundo a Bíblia, a obra retrata o momento em que Jesus revela seu traidor. A passagem é de João 13:21:

Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair.
Então os discípulos olhavam uns para os outros, duvidando de quem ele falava.
Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus.
Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava.
E, inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é?
Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão.
E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa.
E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isto
.”

              
4              
O Beijo
Gustav Klimt 1907

   Tranquilidade, fantasia e intimidade definem a cena de “O Beijo”, obra executada em óleo sobre tela em 1907-1907, mede 180×180 centímetros; O artista austríaco Gustav Klimt fez parte do movimento artístico denominado Secessionista e é considerado um pintor precursor do Simbolismo.

Especialistas explicam que a tela faz parte da fase dourada do artista e tem, de fato, uma estética cintilante e elementos de ouro em sua composição, além de detalhes que simulam ametistas, safiras, rubis, opalas e esmeraldas.
A paixão pelo dourado vem desde infância com seu pai ouvires, com quem aprendeu a trabalhar com o ouro, mas foi após uma viagem a cidade de Ravenna na Itália que seu interesse intensificou-se. 
 Na cena o mundo deles não é o nosso, é o mundo de fantasia e da intimidade. O Beijo é uma pintura intensamente erótica e apaixonante. A obra é o maior exemplo da fixação pelo sexo que Klimt possuía
é um momento de plenitude.
Sobre o casal, muitos especialistas afirmam que seria praticamente um retrato de Klimt com Emilie Flöge,(Viena, 1874 - Viena 1952) - eterna companheira e musa do artista - como amantes. Mas, Klimt não deseja representar uma mulher em especial e sim todas livres sexualmente.

A roupa do homem é coberta de formas retangulares, escolhidas como símbolo da masculinidade. Enquanto, as imagens arredondadas, curvas e floridas, do vestido são compreendias como elementos da feminilidade.
A jovem de cabelos ruivos é um dos seus exemplos da fixação por mulheres de madeixas vermelhas.
As flores e arbustos que formam uma cama na pintura são os únicos elementos que parecem ligar os amantes ao mundo real. 
A tela passou por diversas mudanças. A cama de flores foi terminada posteriormente e as flores na alça do vestido foram acrescentadas mais tarde e os pés foram alongados. O vestido ficou mais justo, deixando seu corpo mais delineado e conferindo uma silhueta mais sensual.

              
5              
Boating Party
Pierre Auguste Renoir

A figura, que combina figuras, natureza-morta e paisagem num mesmo trabalho, mostra um grupo de amigos de Renoir a relaxar numa varanda da Maison Fournaise, ao longo do rio Sena, em Chatou, França. O pintor e patrono das artes, Gustave Caillebotte, está sentado em baixo à direita. A futura esposa de Renoir, Aline Charigot, encontra-se no primeiro plano a brincar com um pequeno cão. Na mesas estão frutas e vinho.

A diagonal do corrimão serve para separar as duas metades da composição, uma onde se encontram muitas pessoas, e a outra quase vazia, excepto as figuras da filha do dono da casa, Louise-Alphonsine Fournaise, e o seu irmão, Alphonse Fournaise, Jr, os quais foram retratados de forma proeminente pelo seu contraste. Nesta pintura, Renoir capta uma imensa quantidade de luz. O principal foco da luz vem da grande abertura da varanda, ao lado do homem com chapéu. As camisolas sem mangas de ambos os homens em primeiro plano, e a toalha de mesa, reflectem conjuntamente a luz espalhando-a pela composição.

              
6              
Girl with a Pearl Earring
Jan Vermeer

   A pintura Moça com o Brinco de Pérola (holandês: Het Meisje met de Parel) é uma das obras-primas de Johannes Vermeer. Está no Mauritshuis de Haia. É muitas vezes referido como "a Mona Lisa do Norte" ou "a Mona Lisa holandesa".

A modelo delicada, com seu olhar direto e os lábios entreabertos, é a obra mais famosa do pintor holandês Jan Vermeer, sendo considerada como a “Mona Lisa” da arte holandesa. Infelizmente, nada se conhece sobre a história de tão esplêndida composição, que apareceu pela primeira vez em 1881, num leilão em Haia, Holanda.

Ao olhar tão delicada composição, o observador é imediatamente cativado pela misteriosa moça com o seu turbante exótico. O tom de sua pele clara e pura é salientado pelo brilho de seu brinco de pérola.

É interessante saber que o turbante que Vermeer usa em sua modelo não encontra similar na pintura europeia, pois, no século 17, uma garota holandesa dificilmente seria vista usando um turbante. Por isso, os estudiosos no assunto creem que o pintor encontrou sua inspiração na pintura de Michael Sweerts, “Menino em um Turbante” (foto menor), pintada cerca de dez anos antes de Moça com Brinco de Pérola.

Vermeer pintou a parte azul do turbante da moça com ultramarino natural, pigmento mais valioso do que o ouro, à época, feito de lápis-lazúli esmagado, que os contemporâneos do pintor dificilmente usavam, em razão de seu preço exorbitante. Mesmo na época em que sua situação econômica era extremamente precária, Vermeer continuou fazendo uso de tal pigmento em suas pinturas, resultando num azul maravilhoso.

O brinco, que tanto chamam a atenção do observador, parece uma pérola branca. Foi feito com uma mancha branca espessa de empasto, sobre a qual incidem os mesmos raios de luz que iluminam o rosto, o turbante e o colarinho branco da moça. Sua forma ovoide repassa a sensação de peso e volume, o que não aconteceria, se ele fosse redondo.

O fundo preto da composição não mais possui a sua cor originária. Uma análise feita na obra revelou que poderia ter sido um verde brilhante forte e profundo, destacando ainda mais a beleza da figura. A cor preta aumenta a sensação de tridimensionalidade da moça.

A modelo veste uma roupa branca por baixo, cuja gola sobressai. Por cima usa uma peça rústica de cor ocre amarela, que se parece com uma capa ou uma outra peça de roupa folgada, de corte rústico, feita de tecido.

A pintura Moça com Brinco de Pérola foi completamente restaurada em 1994, quando deixou à vista o fantástico efeito tridimensional da figura, sua cor brilhante e detalhes dos tons da pele até então escondidos, mostrando como foram originalmente pintados. Pode-se ver, a partir de então, um diminuto lampejo de luz no canto esquerdo da boca da modelo, que muitos críticos de arte acreditam ser a primeira filha do pintor, Maria, que à época teria cerca de 12 ou 13 anos de idade.

              
7              
A Criação de Adão
Michelangelo

   A Criação de Adão é um afresco de 280 cm x 570 cm, pintado por Michelangelo Buonarotti(Michelangelo) por volta de 1511, que fica no teto da Capela Sistina. A cena representa um episódio do Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem: Adão.

Esta imagem é possivelmente um dos grandes ícones da arte ocidental. Michelangelo pintou Adão como se ele estivesse acabando de acordar, prestes a receber a energia da vida da mão estendida de Deus, que está suspenso, mas acima envolto por uma nuvem de anjos. A história humana começa nesse instante capturado brilhantemente. É a antecipação do momento que dá à pintura essa tensão e vitalidade.

Deus é representado como um ancião barbudo, envolto em um manto que divide com alguns anjos. Seu braço esquerdo está abraçado a uma figura feminina, normalmente interpretada como Eva – que ainda não foi criada e, figuradamente, espera no céu para ganhar uma forma humana. O braço direito de Deus está esticado para criar o poder da vida de seu próprio dedo para Adão, o qual está com o braço esquerdo estendido em contraposição ao do criador. Os dedos de Adão e de Deus estão separados por uma pequena distância.

A composição é obviamente artística e não literal, já que Adão é capaz de alcançar Deus mesmo antes de ter ganho vida. Pela mesma razão, Eva é vista representada antes de sua própria criação. Esse motivo levou algumas pessoas a acreditar que a figura feminina fosse a primeira esposa mística de Adão, Lilith; Entretanto, essa interpretação não faz o menor sentido por Lilith também ter sido criada depois de Adão.

As posições de Deus e Adão, a pintura do braço direito de Deus e esquerdo de Adão são quase idênticas e representam o fato de que, como diz o Gênesis 1:27, "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança".

O dedo indicador de Adão, a mais famosa representação do afresco, não é de facto um trabalho de Michelangelo. Ele foi danificado durante reparos de um desabamento em meados do século XVI e foi repintado por um restaurador do Vaticano.

Por outra perspectiva, alguns estudiosos das artes dizem que uma mensagem é imposta subliminarmente. Quando, olhado de forma diferente, Deus estaria representado dentro de um cérebro e, com o seu toque à Adão, o racionalismo seria representado de forma escondida.

Existem várias teorias sobre o significado da composição original de "A Criação de Adão", levantadas principalmente por causa do amplo conhecimento que Michelangelo possuía em Anatomia. Em 1990, um médico chamado Frank Lynn Meshberger, em artigo no Journal of the American Medical Association, afirma que a figura em que Deus está apoiado tem o formato anatômico de um cérebro, incluindo o lobo frontal, nervo ótico, glândula pituitária e o cerebelo. Também observou que o manto branco de Deus tem o formato de um útero, e que a echarpe verde que sai de seu ventre poderia ser um cordão umbilical.

              
8              
O Grito
Edvard Munch

O Grito (em norueguês: Skrik) é uma série de quatro pinturas do norueguês Edvard Munch, 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. O plano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr-do-Sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista e adquiriu um estatuto de ícone cultural, a par da Mona Lisa de Leonardo da Vinci.

A série tem quatro pinturas conhecidas: dois dos quadros da série, "A Ansiedade" e "O Desespero", se encontram na posse do Museu Munch, em Oslo, outra na Galeria Nacional de Oslo e outra em coleção particular. Em 2012, esta última tornou-se a pintura mais cara da história a ser arrematada, num leilão, por 119,9 milhões de dólares.

              
9              
Auto Retrato
Vicent Van Gogh
Van Gogh costumava pintar autorretratos, como Retrato do Artista Sem Barba, uma das obras mais importantes e conhecidas do artista. Van Gogh olhava-se no espelho para pintar retratos de si mesmo, revelando parte de sua personalidade e das técnicas utilizadas em suas obras. Conta-se que esta obra foi feita logo após o autor tirar sua barba no final de setembro de 1889 – mesmo ano em que Van Gogh suicidou-se devido à depressão que sofreu ao longo da vida.
              
10              
Teto da Capela Sistina
Michelangelo

Os vários elementos pintados no teto da capela são parte de um plano maior de decoração, o qual inclui outro grande afresco, o Juízo Final, na parede do altar do santuário, também obra de Michelangelo, além de outras pinturas de parede feitas por vários importantes artistas do final do século XV, como Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio e Pietro Perugino, e tapeçarias de Rafael. O conjunto ilustra diversas passagens da Bíblia e da doutrina católica.

Centrais no teto, estão nove cenas do Gênesis, dentre as quais A Criação de Adão é a mais famosa, tendo uma representatividade icônica igualada somente pela Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Um símbolo da influência desse painel do afresco é o detalhe do encontro das mãos de Deus e Adão, reproduzido incontáveis vezes na arte e na cultura popular. O complexo grupo de desenhos inclui vários conjuntos de figura humana, tanto vestida quanto desnuda, que permitiram a Michelangelo demonstrar plenamente sua habilidade de criação em grande variedade de composições, além de terem inspirado gerações de artistas desde então.

              
11              
A Persistência da Memória
Salvador Dalí

   

A Persistência da Memória (em espanhol: La persistencia de la memoria; em catalão: La persistència de la memòria) é uma pintura do artista surrealista Salvador Dalí de 1931. A pintura está localizada na coleção do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque desde 1934. É amplamente reconhecida e frequentemente referenciada na cultura popular.

Em sua autobiografia, Dalí conta que levou duas horas para pintar a maior parte da obra (do total de menos de cinco horas), enquanto esperava sua esposa voltar do teatro. Neste dia, o pintor se sentira cansado e com uma leve dor de cabeça, não indo ao teatro com sua esposa e amigos. Ao retornar do filme, Dalí mostrou a obra a sua esposa, vendo em sua face a "contração inequívoca de espanto e admiração". Ele então, a perguntou se ela achava que em três anos ela esqueceria aquela imagem, tendo como resposta que "ninguém poderia esquecê-la uma vez vista". Mas muita gente quer saber o que essa imagem representa. “Toda a minha ambição no campo pictórico é materializar as imagens da irracionalidade concreta com a mais imperialista fúria da precisão”. Esta frase de Dalí resume a pintura em questão; os elementos irreais – relógios derretidos – misturam-se com imagens familiares aos olhos humanos, criando uma impressão de que eles realmente estão ali.

- Ao fundo, podemos observar um penhasco e o mar no horizonte. Essa paisagem é o retrato do local onde Dalí vivia em Catalunha. Neste quadro, ele preferiu retratá-las sem qualquer símbolo metafórico, limitando-se ao real.

- No canto esquerdo da tela, algumas formigas reúnem-se em cima de um dos relógios. Estes insetos são a única representação de vida na pintura, além da mosca sobre o relógio que se encontra próximo ao descrito anteriormente. O pintor surrealista não gostava de formigas e quando as colocava nas suas obras era com o objetivo de simbolizar a putrefação.

A obra não está no seu país de origem

              
12              
O Nascimento de Vênus
Sandro Botticelli

O Nascimento de Vênus é uma obra do pintor italiano Sandro Botticelli. A pintura mostra a Vênus surgindo nua de uma concha sobre as espumas do mar. A obra ainda apresenta Zéfiro, o vento do Oeste, assoprando na direção da deusa, acompanhado pela  ninfa Clóris.  À direita de Vênus, há uma Hora (deusas das estações) que lhe entrega um manto com flores bordadas.

Provavelmente, Botticelli tenha feito a obra no ano de 1486. Na época, O Nascimento de Vênus e A Alegoria da Primavera, ambos de Botticelli, foram produzidos por encomenda de Lorenzo di Pierfrancesco, um político e banqueiro italiano que queria enfeitar sua residência, a Villa Medicea di Castello.

Esta obra de Botticelli foi influenciada pelo neoplatonismo cristão, pois o pintor havia participado dos círculos de Lourenço de Médici, que tinham por objetivo conciliar as ideias clássicas às cristãs.

Acredita-se que a nudez da deusa não representa a paixão carnal, mas sim a paixão espiritual. Na obra, Vênus é apresentada de forma esguia e com traços harmoniosos. Além disso, Botticelli utiliza cores claras e puras, exaltando a pureza da alma e a beleza clássica.

Em sua totalidade, a obra apresenta serenidade e luminosidade, o que pode ser compreendido de duas formas. De certa maneira, aponta para a temática mitológica, levando-se em e consideração a influência das esculturas gregas na composição da Vênus. Por outro lado, a obra apresenta símbolos cristãos como a concha e a água (batismo de Jesus Cristo), além dos anjos, que seriam Zéfiro e Clóris.

Ao contrário das obras de Leonardo da Vinci e Rafael, a anatomia de O Nascimento de Vênus não apresenta o realismo clássico. Nota-se que o pescoço da deusa é mais longo e seu ombro esquerdo tem uma representação anatômica incorreta. Acredita-se que estes erros sejam uma espécie de licença artística de Botticelli, sendo que alguns críticos de arte indiquem estes detalhes como influência do Maneirismo, que era uma vertente revisionista dos valores clássicos e naturalistas do Humanismo renascentista.

              
13              
Terraço do Café à Noite
Vincent van Gogh

Terraço do Café à Noite, cujo nome completo é O Terraço do Café na Place du Forum, Arles, à Noite, é uma obra do pintor holandês Vincent van Gogh. Ela foi pintada durante o tempo do artista na cidade de Arles, no sul da França. Foi durante esta época também que o artista concebeu outras obras famosas, como Noite Estrelada Sobre o Ródano e Quarto em Arles.

Durante seu período em Arles, Van Gogh se tornou obcecado em trazer cores vivas para os seus quadros e acabou se apaixonando pela noite estrelada da cidade. Certa vez o autor disse que "quando sinto uma terrível necessidade de religião, saio à noite para pintar as estrelas".

A obra retrata o atual Le Café Van Gogh, localizado na Place du Forum. A inspiração para a obra veio após o artista ler um trecho do romance Bel Ami de Guy de Maupassant, em que há descrição de um café à noite.

Van Gogh falou sobre o quadro para a sua irmã em uma carta:

Fui interrompido pelo trabalho que uma nova pintura do lado de fora de um café à noite vem me dando nos últimos dias. No terraço, há figuras pequenas de pessoas bebendo. Uma enorme lanterna amarela ilumina o terraço, a fachada, o pavimento e até mesmo projeta luz sobre os pedregulhos da rua, que assume um tom de cor violeta. Os pórticos das casas em uma rua que se desloca sob o céu azul tachado de estrelas são de azul escuro ou violeta, com uma árvore verde. Agora, há uma pintura de noite sem preto. Com nada além de lindos azul, violeta e verde, e nesses arredores o quadrado iluminado é de sopro de pálido colorido, verde limão. Eu gosto enormemente de pintar no local à noite. No passado, eles costumavam desenhar e pintar a imagem a partir do desenho durante o dia. Mas acho que isso me convém pintar o assunto imediatamente. É bem verdade que eu posso tomar um azul para um verde no escuro, um lilás azul para um lilás rosa, já que você não pode distinguir a natureza do tom claramente. Mas é a única maneira de afastar-se da noite preta convencional com uma luz pobre, pálida e esbranquiçada, enquanto na verdade uma mera vela por si só nos dá os amarelos e as laranjas mais ricos.

Ainda na carta, o artista fala sobre a inspiração vinda do livro de Guy de Maupassant:

Você nunca me disse se você tinha lido o Bel Ami de Guy de Maupassant e o que você pensa de seu talento em geral. Digo isso porque o início de Bel-ami é precisamente a descrição de uma noite estrelada em Paris, com os cafés iluminados da avenida, e é algo parecido com o mesmo assunto que pintei agora.

              
14              
A Ronda Noturna
Rembrandt

A tela mostra a milícia do capitão Frans Banning Cocq no momento em que este dá a ordem para marchar ao alferes Willem van Ruytenburch. Atrás deles aparecem os 18 integrantes da Companhia, que pagaram em média cem florins ao pintor para aparecer no quadro, uma soma mais que considerável para a época. Os dois oficiais provavelmente pagaram mais, pelo lugar privilegiado que ocupam no quadro. Ao todo, Rembrandt cobrou 1600 florins por este quadro.Pelo fato da companhia de arcabuzeiros ser uma instituição municipal, a tela continua a ser propriedade do município de Amsterdã, que a empresta ao Rijksmuseum sem contraprestação econômica.

Os personagens aparecem captados pelo pintor holandês de tal modo que é possível os contemplar em numerosas ocasiões no momento em que diariamente a companhia se preparava para formar e sair, e seguir ordenadamente para percorrer a cidade na sua missão de vigilantes da ordem. Além disso, no quadro aparecem três crianças correndo e um cão que animam a cena.

A obra, que devia ter sido concluída no dia do banquete de inauguração da sede da companhia foi, junto a outros retratos corporativos, parte da comemoração da chegada em 1638 à Amsterdã da rainha mãe Maria de Médici, viúva de Henrique IV da França, exilada por ordem do seu filho Luís XIII e de seu aliado, o cardeal Richelieu. Esta visita régia à capital holandesa foi celebrada pelas suas autoridades com grande pompa.

O pagamento pelo trabalho atrasou-se devido ao fato que a obra não cobriu as expectativas dos membros da milícia e por não estar perfeitamente definida a presença da maioria deles. Apesar da sua qualidade, também passou despercebida pela crítica na época.

  • Capitão Frans Banning Cocq (1605 – 1655?): capitão da companhia e figura central que articula os eixos do quadro. Com a mão estendida e a boca aberta dá a ordem ao seu tenente. Para a evitar uma ordem hierárquica na distribuição dos membros da milícia, Rembrandt outorga-lhe a posição predominante conforme seu cargo.
  • Tenente Willem van Ruytenburch: é o tenente da companhia, que recebe a ordem para preparar a companhia para avançar. Ruytenburch era de baixa estatura, e, para que ele não ficasse muito baixo perto do alto capitão Cocq, Rembrandt realça-o empregando no seu uniforme um tom amarelo pálido com brilho dourado e iluminando-o por um raio de sol.
  • A menina: é uma figura-chave no quadro, por servir de mascote da companhia e por ser focalizada em um raio de luz. A menina aparenta ter pouco a ver com o resto dos personagens. Por causa do mistério acerca de sua identidade, críticos veem nela um retrato de Saskia van Uylenburgh (1612 - 1642), primeira esposa do pintor, que faleceu prematuramente no ano em que foi pintada a tela, possivelmente de tuberculose. Saskia era a habitual modelo de muitos dos retratos do pintor. Veste um traje amarelo-limão e carrega na cintura uma galinha morta branca, pendurada pelos pés. Este era o emblema da companhia, que Rembrandt representou desta maneira singular, em substituição do habitual brasão deste tipo de retratos coletivos.
              
15              
As Meninas
Diego Velázquez

As Meninas é uma pintura de 1656 por Diego Velázquez, o principal artista do Século de Ouro Espanhol. Ela está atualmente no Museu do Prado em Madrid. A composição enigmática e complexa da obra levanta questões sobre realidade e ilusão, criando uma relação incerta entre o observador e as figuras representadas. Por essas complexidades, As Meninas é uma das obras mais analisadas da pintura ocidental.

A pintura mostra um grande aposento no Real Alcázar de Madrid durante o reinado do rei Filipe IV da Espanha, mostrando várias figuras da corte espanhola contemporânea representadas, de acordo com alguns analistas, em um momento específico como se fosse em uma fotografia. Algumas olham para fora do quadro em direção ao observador, enquanto outras interagem entre si. A jovem infanta Margarida Teresa está cercada por um séquito de damas de companhia, chaperone, guarda-costa, dois anões e um cachorro. Pouco atrás deles está o próprio Velázquez, que se representa trabalhando em uma grande tela. O artista olha para longe, além do espaço pictórico onde o observador da pintura estaria. Ao fundo está um espelho que reflete o rei Filipe e a rainha Maria Ana. Eles parecem estar colocados fora do espaço da pintura em uma posição similar à do observador, apesar de alguns acadêmicos especularem que suas imagens são o reflexo da pintura em que Velázquez é mostrado trabalhando.

As Meninas foi reconhecida como uma das pinturas mais importantes na história da arte ocidental. O pintor barroco Luca Giordano afirmou que ela representa a "teologia da pintura", com o presidente da Academia Real Inglesa sir Thomas Lawrence descrevendo a obra em 1827 para David Wilkie como "a verdadeira filosofia da arte". Mais recentemente, foi descrita como a "realização suprema de Velázquez, uma demonstração bem consciente e calculada sobre o que uma pintura pode alcançar".

              
16              
Guernica
Pablo Picasso

Com 349 cm de altura por 776,5 cm de comprimento, Guernica, uma das obras mais famosas de Pablo Picasso (1881-1973), pintada a óleo em 1937, é uma “declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência”. O quadro, além de ser um ícone da Guerra Civil Espanhola, é hoje um símbolo do antimilitarismo mundial e da luta pela liberdade do homem.

O quadro tem implícito uma mensagem de resistência contra o autoritarismo e também conta a ascensão dos governos fascistas na Europa. O quadro estabelece um diálogo direto com o espectador por enxergar o drama, a morte e a tragédia. O quadro, ao mesmo tempo, representa as terríveis consequências da guerra sob a luz de uma lâmpada elétrica, símbolo da modernidade e do progresso técnico. A obra de Picasso trabalha com uma linguagem paradoxal.

O pintor havia sido escolhido pelo governo espanhol para representar a Espanha na Exposição Internacional de Artes e Técnicas, que aconteceria em Paris. Quando o artista recebe a notícia do massacre ocorrido da cidade basca de Guernica, ele faz do desastre o tema de sua tela. O bombardeio aéreo à cidade foi feito por caças alemães em apoio ao general Francisco Franco. Atualmente está no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid na Espanha.

O governo espanhol queria utilizar o pavilhão como instrumento de propaganda política que refletiria o drama vivido no país, em plena Guerra Civil após a revolta do exército contra o Governo da II República. A participação espanhola se converteu assim em uma oportunidade para difundir o conflito na busca de apoio internacional.

Com a morte do ditador Franco, iniciaram-se os trâmites legais para o regresso do quadro para a Espanha, depois de 40 anos em exílio. A obra chegou no país espanhol apenas em 1981 e, somente em 1992 o quadro foi levado ao Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, onde está até hoje.

Para Frederick Hartt, Guernica é um “memorial de todos os crimes perpetrados contra a humanidade no século XX”.

              
17              
American Gothic
Grant Wood

American Gothic é uma pintura de Grant Wood da coleção do Art Institute of Chicago. A inspiração de Wood veio de uma casa desenhada em estilo gótico rural com uma distinta janela superior e uma decisão de pintar junto a casa com "o tipo de pessoa que eu imaginava viver naquela casa." A pintura mostra um fazendeiro ao lado de sua filha solteirona. A mulher está vestida com um avental em estilo colonial americano e o homem segura uma forquilha.

Em Agosto de 1930, Grant Wood, um pintor americano com formação na escola europeia, passeava por Eldon, no estado do Iowa, na companhia de um pintor local, John Sharp, procurando inspiração. Foi então que reparou na Dibble House, uma pequena casa branca construída em estilo revivalista gótico. Segundo um dos biógrafos do pintor, Wood achou a casa "uma forma de pretensiosismo emprestado e um absurdo estrutural, ao colocar uma janela em estilo gótico numa humilde e frágil casa de madeira".

Após obter autorização dos proprietários, a família Jones, Wood executou prontamente um esboço a óleo sobre cartão da vista frontal da casa. O esboço, inspirado nas catedrais góticas que o pintor visitara na Europa, acentuava as características arquitectónicas da casa original, exibindo um telhado mais inclinado e uma janela mais comprida com um arco ogival mais pronunciado.

Grant Wood era um grande apreciador da cultura e tradições da região centro-oeste dos Estados Unidos, e decidiu pintar a Dibble House juntamente com “o tipo de pessoas que eu imaginei que vivessem nesta casa”. Recrutou a irmã Nan (1899–1990) para servir de modelo feminino, vestindo-a com um avental de padrão colonial, evocando a arte tradicional americana do século XIX, e o seu dentista pessoal , o Dr. Byron McKeeby (1867–1950), para o modelo masculino. Tal como na pintura da casa, ambos os modelos foram pintados em sessões separadas.

Nan, talvez embaraçada por ser representada como a mulher de um homem com o dobro da sua idade, disse que o irmão idealizou o casal como um pai e uma filha, em vez de um marido e mulher, algo que o próprio Grant Wood confirmou "A cerimoniosa senhora que o acompanha é a sua filha adulta" escreveu ele numa carta a uma das suas admiradoras, a Sra. Nellie Sudduth.

Nota-se uma profunda influência da pintura flamenga, muito apreciada pelo pintor, no estilo altamente detalhado e polido do quadro, e na rígida frontalidade das duas figuras.

Os elementos da pintura acentuam a verticalidade associada à arquitectura gótica. A forquilha de três pontas repete-se na costura do macacão, na estrutura da face do homem e na janela gótica da casa.

Nos vasos do alpendre da casa, estão plantadas espadas-de-são-jorge e begónias, e do lado esquerdo da composição por detrás das árvores, podemos observar o pináculo da torre de uma igreja.

              
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A Primavera
Sandro Botticelli

A Primavera, também conhecido como Alegoria da Primavera, é um quadro do pintor renascentista Sandro Botticelli. A pintura utiliza a técnica de têmpera sobre madeira. Pintado no ano 1482, o quadro é descrito na revista "Cultura e Valores" (2009) como "um dos quadros mais populares na arte ocidental". É também, segundo a publicação "Botticelli, Primavera" (1998), uma das pinturas mais faladas, e mais controversas do mundo". Enquanto a maioria dos críticos concordam que a pintura, retrata um grupo de figuras mitológicas num jardim (alegoria para o crescimento exuberante da Primavera), outros dão sentidos diferente à obra, sendo, por vezes, citado para ilustrar o ideal de amor neoplatónico.

A história da pintura não é muito conhecida, porém, parece ter sido encomendada por Lorenzo di Pierfrancesco de Médici. É provável que Botticelli se tenha inspirado nas odes de Poliziano para realizar esta obra.

A obra, A Primavera, possui inúmeros detalhes que podem ser revelados em uma Descrição Pré-iconográfica, o primeiro ato para análise de uma obra de acordo com Panofsky4. Esse tipo de descrição revela que a obra possui nove personagens distribuídos por toda a extensão do quadro. Ao centro da obra, soberana a olhar o espectador, está uma mulher em pé, com o corpo levemente em “S”, segurando um forte manto vermelho. Sobre ela, um personagem que remete à um cupido, com o corpo infantil, asas que o suspendem no ar e olhos vendados, apontando para um grupo de três mulheres. Essas três mulheres de pele e cabelos claros dançam vestidas transparentemente. A esquerda da obra, o personagem de um jovem (quase fora da composição por seu olhar e suas ações indiferentes ao resto da obra) chama atenção ao lado das personagens femininas por seu manto vermelho nesta composição de cores claras. O jovem tem uma espada na cintura e uma das mãos erguidas que alcança uma fruta. Depois que o olho do espectador segue este ciclo, volta-se para o lado direito da obra, em que o tema Primavera parece alcançar seu auge. Neste espaço, o olhar segue da primeira à última figura e volta da última para a primeira, buscando compreender a narrativa da obra. Neste grupo, uma mulher floridamente vestida, espalha flores e atrás dela, uma jovem, também vestida transparentemente foge dos braços e do sopro de um ser azulado com asas.

Na obra, o chão verde escuro é muito florido e o cenário dos acontecimentos parece ser um bosque com muitas árvores dando frutos alaranjados. Há diferentes flores, diferentes caules de árvores e diferentes folhas. Há algumas entradas de luz, mas duas delas, atrás da personagem central chamam atenção pela sua forma, que ora parecem olhos, ora parecem pulmões. Os personagens destacam-se pela suavidade das cores, contrastando com o escuro do fundo e do chão. As figuras estão quase todas na vertical, com exceção do cupido, que está na horizontal, e de duas do grupo a direita que estão em diagonal, mas amparadas pelas verticais das outras personagens.

              
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Casamento da Virgem
Raffaello Sanzio

Para que não tendo flor determinou a selecção dos pretendentes. Maria, de acordo com os evangelhos apócrifos, foi criada no Templo de Jerusalém, portanto com um estilo de vida casto, semelhante ao das freiras, e quando atingiu a idade de casar foi dado a cada um dos pretendentes um ramo seco, à espera de um sinal divino, tendo o único ramo que floresceu sido o de José e daí ter sido ele o escolhido.

              
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Transfiguração
Rafael

Transfiguração é uma pintura, considerada a última e uma das mais importantes obras de Rafael Sanzio (1483-1520), baseada na Transfiguração de Jesus, descrita no Novo Testamento da Bíblia, no livro de Mateus, capítulo 17, versículos 1 a 21. Foi encomendada em 1517, pelo Cardeal Giulio de Medici, posteriormente Papa Clemente VII. A obra desvia de seu estilo sereno e apresenta uma nova sensibilidade de um mundo turbulento e dinâmico, tende em direcção a uma expressão chamada de Barroco.

Mateus 17:1-21

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,
E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.
E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.
E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.
E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo.
E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo.
E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos.
E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas;
Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem.
Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista.
E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo:
Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água;
E trouxe-o aos teus discípulos; e não puderam curá-lo.
E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazeimo aqui.
E, repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou.
Então os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Por que não pudemos nós expulsá-lo?
E Jesus lhes disse: Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.
Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.

              
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A Batalha de Alexandre em Isso
Albrecht Altdorfer

O duque Guilherme IV da Baviera encomendou A Batalha de Alexandre em Isso em 1528 como parte de uma série de peças históricas que seriam exibidas em sua residência em Munique. Analistas modernos sugerem que a pintura, através de seu grande uso de anacronismos, tinha a intenção de conectar a heroica vitória de Alexandre ao conflito europeu contemporâneo contra o Império Otomano. Particularmente, a derrota de Solimão, o Magnífico, no Cerco de Viena pode ter sido uma inspiração para Altdorfer. É possível detectar uma subcorrente religiosa, especialmente em seu céu extraordinário; isso provavelmente foi inspirado pelas profecias do Livro de Daniel e o temor contemporâneo dentro da Igreja sobre o iminente apocalipse. A Batalha de Alexandre em Isso, junto com outras quatro obras da coleção inicial de Guilherme, está agora na Antiga Pinacoteca em Munique.

              
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A Arte da Pintura
Johannes Vermeer

"Arte da Pintura" ou "A Alegoria da Pintura" ou "O Pintor no seu Estúdio" é uma famosa pintura a óleo sobre tela, do século XVII do pintor holandês Johannes Vermeer. Muitos historiadores da arte acreditam que a pintura é uma alegoria, daí o título alternativo. É a maior e a mais complexa de todas as obras de Vermeer. A pintura é famosa por ser uma das favoritas de Vermeer, e também é um belo exemplo do estilo de pintura óptica, oferecendo uma representação visual realista da cena e, especialmente, os efeitos de luz que flui através das janelas de nos vários elementos da pintura.

A pintura está em exposição no Museu de História da Arte em Viena, Áustria, desde que foi adquirida pelo governo austríaco em 1946.

O mapa ao fundo é das "Dezessete Províncias Unidas dos Países Baixos", ladeado por pontos de vista dos principais centros de poder. Foi publicado pela Claes Jansz Visscher em 1636.

Os especialistas atribuem vários simbolismos à pintura.

A figura feminina é a musa da História, Clio, por esta estar vestindo uma coroa de louros, segurando um trompete, possivelmente carregando um livro de Tucídides, que corresponde à descrição no livro de Cesare Ripa, do século XVI, sobre emblemas e personificações intitulado "Iconologia".

A águia de duas cabeças, símbolo da dinastia dos Habsburgos austríacos, antigos dirigentes da Holanda, que adorna o lustre central dourado, pode representar a fé católica. Vermeer foi um incomum católico numa Holanda predominantemente Protestante. A ausência de velas no candelabro pode representar a supressão da fé católica.

O mapa na parede traseira tem um rasgo que divide o país entre o norte e o sul. (Oeste está no topo do mapa, como era o costume). O rasgão simboliza a divisão entre a República Holandesa para o norte e os Habsburgo das províncias controladas pelo Flamengo para o sul. O mapa de Claes Jansz Visscher (Nicolaum Piscatorem) mostra a divisão política anterior entre a União de Utrecht, ao norte, e as colónias do sul.

Salvador Dalí se refere a "A Arte da Pintura", na sua própria pintura surrealista "O Fantasma de Vermeer de Delft que Pode Ser Usado Como uma Mesa", (1934) Na pintura de Dali, podemos ver a imagem de Vermeer vista de trás fazendo uma estranha espécie de mesa.

              
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O Astrónomo
Jan Vermeer

O Astrónomo é uma pintura a óleo sobre tela do mestre holandês Johannes Vermeer, datada de 1668 e conservada no Museu do Louvre em Paris.

O nosso astrónomo, numa modalidade característica do retrato de sábio, não está ao telescópio, que não está sequer representado; em vez disso, ele parece estar à procura no globo as constelações e os corpos celestes que estão descritos no livro que tem à sua frente. Em cima da mesa pode ver-se também um astrolábio plano, importante instrumento da astronomia e da navegação, porquanto permite obter, com base na posição dos astros, as próprias coordenadas geográficas.

              
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El Aquelarre
Francisco de Goya

El Aquelarre, também conhecido como Bruxas Sabá, é um dos pequenos quadros que pintou Francisco de Goya entre 1797 e 1798 para o palácio de recreio dos Duques de Osuna, na finca que eles tinham na Alameda de Osuna (hoje Parque do Capricho), então nos arredores de Madrid, perto da povoação de Barajas. Mais tarde, após 1928, José Lázaro Galdiano comprou-o para sua coleção particular e atualmente faz parte dos fundos pictóricos da Fundación Lázaro Galdiano.

A tela amostra um ritual de aquelarre, presidido pelo Grande Bode, uma das formas que toma o demônio, no centro da composição. Em torno a ele aparecem bruxas anciãs e novas que o alimentam com crianças (uma crença da época). No céu, de noite, brilha a lua e vêem-se aves noturnas (que poderiam ser morcegos). Na série da qual forma parte encontram-se também outros cinco quadros de similar temática e dimensões, que são: Vuelo de brujas (Museu do Prado), El Conjuro (museu Lázaro Galdiano), La cocina de los brujos (coleção privada, México), El hechizado por la fuerza (Galeria Nacional de Londres) e El convidado de piedra (hoje em paradeiro desconhecido).

A cena pertence à estética do Sublime Terrível, caracterizada pela preceitiva artística da época também no pré-romantismo literário e musical e que tem seu paralelo no "Sturm und Drag" alemão. Tratava-se de provocar um desassossego no espectador com o caráter de pesadelo. Neste quadro e na série à que pertence acentuam-se os tons obscuros, e é por isso que a ambientação se situa numa paisagem noturna. No momento da execução desta série, Goya estava a trabalhar nos Caprichos com os quais guarda uma estreita relação. O tema da bruxaria estava de atualidade entre os iluminados espanhóis amigos do pintor; entre eles Leandro Fernández de Moratín era especialmente inclinado para o tema.

              
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O Desespero
Gustave Courbet

Gustave Courbet foi um pintor francês pioneiro do estilo realista francês. Foi acima de tudo um pintor da vida camponesa de sua região.

Ergueu a bandeira do realismo contra a pintura literária ou de imaginação.

A pintura de Courbet do final dos anos 1840 e início dos anos 1850 trouxe-lhe o primeiro reconhecimento, desafiando convenções, descrevendo camponeses e trabalhadores de forma livre de idealizações, utilizando a grande escala tradicionalmente reservadas para pinturas de temas religiosos ou históricos.

Nas décadas que se seguiram, as pinturas de Courbet foram, na sua maioria, de caráter político, menos abertamente: paisagens, horizontes marítimos, cenas de caça, nus e naturezas-mortas.

“Espero sempre ganhar a vida com minha arte, sem me desviar um milímetro de meus princípios, sem ter mentido à minha consciência nem por um único momento, sem pintar sequer o que pode se coberto pela palma de minha mão para agradar a alguém, ou para vender mais facilmente.” disse o pintor.

O artista francês Gustave Courbet foi um dos mais verdadeiros em sua arte.

Entregou-se a ela inteiramente, comprometido com a sua verdade, sendo muitas vezes incompreendido, mas venerado após sua morte.

É dele a composição denominada O Desespero, tida como uma de suas obras-primas.

Trata-se de um autorretrato, que se encontra entre as 50 obras mais famosas do mundo.

              
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Mulher com Sombrinha
Claude Monet

Claude Monet foi um dos principais artistas desse movimento artístico.

“O Passeio” ou “Mulher com Sombrinha”, é também conhecido como Madame Monet e o Filho, ou ainda como Camille e Jean na Colina, está entre os quadros mais famosos do pintor .

Esta obra pertence a uma série de pinturas de Monet durante os Verões 1875 e 1876 e que representam o jardim da sua nova casa em Argenteuil e campos cobertos de papoulas perto de Colombes e Gennevilliers.

A sua primeira esposa Camille e o seu filho Jean, que teria aproximadamente 8 anos, servem de modelo para a obra.

O mais incomum é que ambos são vistos de baixo para cima.

Este enquadramento mais casual é uma influência direta da fotografia, que no período de desenvolvimento do impressionismo começava a ser explorada pelos artistas.

              
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O baile no moulin de la Galette
Pierre-Auguste Renoir

O quadro foi pintado em Paris, no bairro de Montmartre, e retrata um tema frequente na pintura impressionista e que se encontra na base do movimento: o quotidiano burguês.

Esta pintura é, indubitavelmente, a mais célebre e significativa obra de Renoir. Foi exibida pela primeira vez no Salon em 1877, na exposição dos impressionistas. Ainda que o rosto de alguns dos seus amigos apareçam na imagem, como o cubano Cárdenas à esquerda dançando com uma moça, e Frank Lamy, Norbert Goeneutte e Georges Rivière sentados à mesa, a intenção de Renoir era captar a vivacidade e a atmosfera alegre desta popular dança de jardim no bairro de Montmartre, nas imediações do Moulin (moinho), hoje celebrizado pela tela. Inicialmente local de vendas de um pãozinho, passou a ser ponto de encontros, unindo bar, restaurante (ativo até hoje) e salão de danças; e dessa forma Renoir representou a belle époque (1870-1914) de Paris na França, um período de grande florescer artístico e econômico. O estudo da multidão em movimento, a inclusão lumínicanatural e artificial e outros efeitos, foram concretizados através de pinceladas de cores vibrantes. A aparência um tanto desfocada da cena, capta algumas críticas negativas desde o seu tempo até à atualidade.

A interpretação da vida popular parisiense, com o seu estilo inovador e formato imponente, assina a ambição artística de Renoir. A descontração das personagens, a sombra imposta pela copa das árvores, os resquícios de luz natural que recaem sobre os vestidos das senhoras e os chapéus dos senhores em primeiro plano, e tantos outros elementos neste quadro, tornam-no numa das principais obras-primas do Impressionismo.

A obra foi adquirida por Gustave Caillebotte que a deixou ao estado francês, juntamente com toda a sua colecção. Porém, Renoir fez uma pequena cópia desta tela, que se tornou uma das telas mais caras já vendida. Hoje é tida como a décima tela mais cara do mundo

              
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Retrato de Adele Bloch-Bauer I
Gustav Klimt

Retrato de Adele Bloch-Bauer I é uma pintura de Gustav Klimt completada em 1907. Foi vendida em junho de 2006, a Ronald Lauder, proprietário da Neue Galerie em Nova Iorque, por 135 milhões de dólares, tendo sido, na época, a segunda pintura mais cara do mundo. A obra encontra-se em exibição permanente na dita galeria, desde julho de 2006.

Klimt empregou três anos em completar este retrato, medindo 138cm x 138 cm, executado em óleo e ouro sobre tela, com uma ornamentação elaborada e complexa, tal e qual se vê nos trabalhos do Jugendstil. Klimt foi membro da Secessão Vienense, um grupo de artistas que cortaram com a forma tradicional de pintar. A obra foi realizada em Viena, por encomenda de Ferdinand Bloch-Bauer, que fizera fortuna com a indústria açucareira. Bloch apoiou as artes e promoveu especialmente o trabalho de Klimt. Adele Bloch-Bauer tornou-se a única modelo pintada por Klimt em duas ocasiões. O segundo quadro, Retrato de Adele Bloch-Bauer II, foi completado em 1912. Adele indicou, em testamento, que os quadros de Klimt deveriam ser doados à Galerie Belvedere, instalada no palácio homônimo, de propriedade do Estado austríaco. Em 1925 Adele faleceu de meningite, e quando os nazis ocuparam a Áustria, o seu viúvo exiliou-se na Suíça. Todas as suas propriedades foram confiscadas, incluída a coleçao Klimt. No seu testamento de 1945, Bauer-Bloch designou os seus sobrinhos e sobrinhas, incluindo Maria Altmann, como herdeiros do seu patrimônio.

Como as pinturas propriedade de Bloch-Bauer permaneceram na Áustria, o governo inclinou-se pelo testamento de Adele. Depois de uma batalha legal nos Estados Unidos e na Áustria, Maria Altmann foi declarada proprietária legal desta e de outras quatro pinturas de Klimt. A decisão foi tomada na Áustria. Após os quadros serem enviados para os Estados Unidos, estiveram em exibição em Los Angeles até o Retrato de Adele Bloch-Bauer I ser vendido a Lauder. A pintura passou a ser a peça central da coleção de Lauder na sua Neue Galerie de Nova Iorque, que por anos tentou recuperar a arte que tinha sido propriedade da comunidade judaica, a maioria da Alemanha e Áustria, e que fora confiscada ou roubada pelo governo nazi.

              
29              
Retrato de Adele Bloch-Bauer II
Gustav Klimt

Adele Bloch-Bauer era a esposa de Ferdinand Bloch-Bauer, um abastado industrial que patrocinava as artes e ajudou Gustav Klimt. Adele Bloch-Bauer foi um único modelo a ser pintado por duas vezes por Klimt; a outra pintura, mais famosa, é Retrato de Adele Bloch-Bauer I. Os retratos de Adele estiveram na sua família até serem confiscados pelo nazis durante a Segunda Guerra Mundial. O museu austríaco onde ficaram depois da guerra, estava relutante em devolver as obras aos seus verdadeiros donos, o que deu origem a uma batalha legal entre os Estados Unidos e a Áustria (ver República da Áustria vs Altmann), que acabaria por resultar na devolução de cinco quadros de Gustav Klimt a Maria Altmann, sobrinha de Ferdinand Bloch-Bauer, em Janeiro de 2006. Em Novembro do mesmo ano, a leiloeira Christie's vendeu o Retrato de Adele Bloch-Bauer II num leilão por quase 88 milhões de dólares, a quarta peça de arte mais cara da época.

No Outono de 2014, esta pintura foi emprestada ao Museum of Modern Art, em Nova Iorque, pelo dono da obra.

              
30              
Woman III
Willem de Kooning

Woman III, ou Mulher III, é obra abstrata-expressionista. Na realidade, esta pintura faz parte de uma série de 6 obras feitas por Kooning entre os anos de 1951 e 1953, cujo tema, como denuncia o nome, é uma mulher. Em novembro de 2006 ela foi vendida por $ 137.500.000 para um bilionário chamado Steven A. Cohen, tornando-se assim a quarta pintura artística mais cara já vendida na história do mundo da arte.

              
31              
Doze Girassóis numa Jarra
Vincent van Gogh

Os Doze girassóis numa jarra é uma pintura do pintor holandês Vincent van Gogh. Após a chegada do pintor ao sul da França, estabelecendo-se em Arles, Van Gogh passou a utilizar efeitos de cores e de luz com mais intensidade. Doze Girassóis numa Jarra pode ser considerado o culminar de todo este efeito em na obra do artista.
Finalizado em agosto de 1888, o quadro está hoje exposto na Neue Pinakothek, em Munique.
Atualmente, esta é uma das telas mais famosas do mundo.

Ao longo da sua vida, van Gogh pintou vários quadros em que estas flores surgem, sendo a série de sete que executou em Arles a partir do verão de 1888 a mais importante.

O objetivo de Vincent van Gogh não era tanto fazer uma cópia exata da natureza, mas antes expressar as suas próprias emoções, como ele próprio explicou numa carta enviada a Theo pouco antes de iniciar a série de flores amarelas: “Em vez de tentar apresentar exatamente o que tenho diante dos meus olhos, uso a cor de forma mais arbitrária para me expressar”, escreveu. Este uso particular do cor influenciou profundamente a arte moderna, em especial os expressionistas que lhe seguiram.

“Gostava de pintar de forma a que (…) toda gente conseguisse percebê-lo de olhos fechados”, disse uma vez. Por outro lado, e no caso específico dos girassóis, estes permitiam-lhe “expôr os seus métodos de trabalho, a forma como abordava os motivos e as preocupações específicas que tinha ao pintar. Os girassóis que colocava num vaso de manhã cedo requeriam tratamento urgente, pois murchavam ao fim de algumas horas. Este facto permitiu-lhe justificar um procedimento que, para sua satisfação, representava um fim em si próprio. Um pintor não habituado a um trabalho rápido nunca conseguira captar a beleza que, minuto a minuto, se ia consumindo. Era o amarelo dos girassóis que transmitia toda a magia, aquela cor do sul a que van Gogh já prestara homenagem ao pintar a sua casa de amarelo”, escreveu Ingo F. Walther.

              
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A Lição de Anatomia do Dr. Tulp
Rembrandt

A Lição de Anatomia do Dr. Tulp (neerlandês: De Anatomische les van Dr. Nicolaes Tulp) é uma pintura a óleo sobre tela de Rembrandt, pintada em 1632. É uma de suas obras mais famosas e revolucionárias.

A pintura foi encomendada pela Associação de Cirurgiões de Amsterdã. O quadro retrata uma aula de anatomia do doutor Nicolaes Tulp, onde ocorre a dissecação da mão esquerda de Aris Kindt, um marginal condenado à morte por assalto a mão armada no dia anterior à lição. Lições de anatomia realmente existiram, e lecionadas por doutores anatomistas, aconteciam em anfiteatros.

A obra foi feita quando Rembrandt tinha apenas 26 anos, logo após se mudar para Amsterdã. O quadro, realista, retrata o desejo e inquietação do homem em busca de conhecimento sobre o funcionamento do corpo humano, seu comportamento e suas

A Lição de Anatomia do Dr. Tulp foi pintada em 1632 por Rembrandt Harmenszoon Van Rijn e é seu trabalho mais conhecido e certamente uma obra prima. É um óleo sobre tela de 2,16 x 1,70 m e está atualmente no Museu Maurithshuis (Casa de Maurício) em Haia na Holanda.

              
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Festa de Belsazar
Rembrandt

A festa de Belsazar é uma pintura importante de Rembrandt agora na National Gallery de Londres. A pintura é a tentativa de Rembrandt de se estabelecer como pintor de grandes pinturas históricas barrocas. A data da pintura é desconhecida, mas a maioria das fontes fornece uma data entre 1635 e 1638.

Baltasar, rei da Babilônia, deu uma festa usado as riquezas que o seu pai, Nabucodonosor, havia roubado do Templo de Jerusalém, de repente uma mão misteriosa escreve em hebraico, na parede, uma profecia quanto à morte do rei e o desaparecimento do seu reino entre Medes e Persas. Os sábios babilônicos convocados pelo rei não conseguiram compreender e apenas Daniel esteve à altura de interpretar a mensagem divina.

Rembrandt obteve provavelmente a fórmula para a inscrição hebraica por meio do amigo Menasseh ben Israel, um estudioso judeu, de quem pinta o retrato em água-forte em 1636. Essa inscrição diz: Mene, Mene, Tekel, Ufarsin, e é interpretada assim: Mene, “Deus contou os dias do teu reino e o levou ao fim”; Tekel, “Tu foste pesado na balança e estás em falta”; Ufarsin, “Teu reino será entregue aos medas e aos persas”. Baltasar foi assassinado na noite em que a inscrição apareceu, e Dario, o Meda, tomou-lhe o reino.

A intensa força expressiva desenvolve-se em torno do gesto amplo do rei, atingido por uma brilhante luz miraculosa, que desliza sobre o turbante branco e o manto real.

              
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Escola de Atenas
Rafael

Escola de Atenas (Scuola di Atene no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Rafael e representa a Academia de Atenas. Foi pintada entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. Ocupando quase que uma parede inteira de uma das salas do Museu do Vaticano.

A pintura já foi descrita como "a obra-prima de Rafael e a personificação perfeita do espírito clássico da Renascença."

A importância da obra também está em demonstrar como a filosofia e a vida intelectual da Grécia Antiga foram vistas ao final do Renascimento.

A identidade de alguns dos filósofos como Platão ou Aristóteles, são inegáveis. Além disso, as identificações de figuras de Rafael tem sido sempre hipotéticas. Para complicar, além de Vasari alguns receberam múltiplas identificações, não só com antigos, mas também com figuras contemporâneas a Rafael

              
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Rapaz com cachimbo
Pablo Picasso

Garçon à la Pipe (Rapaz com cachimbo em português) é uma pintura do espanhol Pablo Picasso, concebida por este no ano de 1905. Picasso pintou o famoso quadro aos 24 anos, durante o seu Período Rosa.

O óleo sobre tela, pintado em Montmartre, França, retrata um jovem rapaz francês com um cachimbo na mão esquerda e uma coroa de rosas na cabeça.

Esta pintura, anteriormente propriedade do multimilionário estadunidense John Hay Whitney, ficou muito conhecida após ter sido leiloada na Sotheby's pelo extraordinário valor de 104,2 milhões de dólares americanos. Hoje é a nona pintura mais cara do mundo.

              
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Nu, folhas e busto
Pablo Picasso

Obra de arte executada com a técnica do óleo sobre tela, elaborado por Pablo Picasso em 1932, medindo 162 cm × 130 cm. Faz parte de uma série de retratos que Picasso pintou de sua amante e musa Marie -Thérèse Walter, em 1932.

O quadro representa a amante de Picasso, Marie-Thérèse Walter, nua e reclinada, com a cabeça do pintor, representada num busto postado num pedestal, que observa a mulher logo abaixo.

Atualmente a obra está exposta no museu Tate Modern, em Londres.

Na época, Picasso tinha um contrato de exclusividade com o negociante de arte Paul Rosenberg, que comprou a pintura direto do artista. Com a Segunda Guerra Mundial se aproximando, no final dos anos 1930, Rosenberg começou a distribuir obras de sua coleção - mais de 2000 peças - e usou a Feira Mundial de Nova York de 1939 como desculpa para enviar a obra de Picasso para fora da França. Depois da invasão nazista da França, em 1940, ao chegar em Nova Iorque via Lisboa, em setembro de 1940, Rosenberg abriu uma filial de sua galeria na 57th East Street, e colocou a pintura de volta em exibição.

Neste local, a obra foi comprada por dois coleccionadores de Los Angeles, Frances e Sidney Brody, e só foi mostrada em público uma vez em 1961, para comemorar o 80º aniversário de Picasso.

Em 4 de maio de 2010 a obra foi leiloada na casa de leilões Christie’s de Nova Iorque por 81,3 milhões de euros por um comprador anónimo, tornando-se assim na altura a mais cara obra de arte vendida em leilão até então, superando a escultura L'Homme qui marche, de Alberto Giacometti que fora leiloada por US$ 104,3 milhões.

              
37              
N.º 5, 1948
Jackson Pollock

No. 5, 1948 é uma pintura de Jackson Pollock, um pintor estadunidense conhecido por suas contribuições para o movimento expressionista abstrato. A obra foi vendida em maio de 2006 por 140 milhões de dólares, um novo recorde para o preço mais alto pago para uma pintura, não superado até abril de 2011.

A pintura foi criada em painel de fibra, também conhecido como placa de composição, medindo 2,4 m × 1,2 m . Para a pintura, Pollock escolheu usar tintas líquidas. Mais especificamente, eram tintas de resina sintética (esmalte brilhante), mas são referidas como pinturas a óleo para classificação do trabalho. Na inspeção, era uma pintura cinza, marrom, branca e amarela, regada de maneira que muitas pessoas ainda percebem como um "ninho denso de pássaros".

              
38              
Ponte Sobre Lagoa de Lírios
Claude Monet

Ponte Sobre Uma Lagoa de Lírios de Água talvez seja a tela mais representativa do período impressionista. Pintada em 1899 pelo francês Claude Monet, a tela tem 93 cm x 74 cm e pertence ao acervo do Metropolitan Museum of Art.
A tela faz parte de um conjunto de imagens produzidas por Monet durante os últimos anos de sua vida.

Essa provavelmente é a pintura mais famosa de Claude Monet. Em 1983, encantado pela natureza, Monet decidiu comprar uma propriedade em Giverny.

O trabalho acima foi feito inspirado na paisagem de uma pequena propriedade que havia adquirido com uma lagoa (resultado de um rio afluente do Sena).

A imagem escolhida pelo pintor retrata a lagoa com a romântica ponte de madeira estilo japonês coroando o paraíso verde ao fundo. Uma curiosidade: a ponte foi instalada pelo próprio pintor em 1893, seis anos antes da tela ser pintada.

A pintura transmite para o observador uma sensação de tranquilidade, sossego e sublinha a harmonia e plenitude da natureza.

              
39              
Retrato de Dr. Gachet
Vincent van Gogh

Retrato de Dr. Gachet é uma obra de 1890 do pintor holandês Vincent van Gogh. O nome refere-se a duas versões autênticas da obra. Ambas mostram o médico Paul Gachet sentado à mesa, com a cabeça apoiada no braço direito e com uma erva medicinal (digitalis) que o caracteriza enquanto médico. Apesar da semelhança na forma, são facilmente diferenciadas pelo seu estilo. As cores utilizadas nas duas versões não são as mesmas, mas é sobretudo na "pincelada" que diferem - a primeira revela traços mais evidentes que a segunda. Vendido em 15 de maio de 1990 por US$ 82,5 milhões.

              
40              
A Liberdade guiando o povo
Eugène Delacroix

A Liberdade guiando o povo (em francês: La Liberté guidant le peuple) é uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X. Uma mulher representando a Liberdade, guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, empunhando a bandeira tricolor da Revolução francesa em uma mão e brandindo um mosquete com baioneta na outra. A pintura é talvez a obra mais conhecida de Eugène Delacroix

Delacroix retratou a Liberdade, como figura alegórica de uma deusa e como uma robusta mulher do povo. O monte de cadáveres funciona como uma espécie de pedestal, do qual a Liberdade se lança, descalça e com o peito meio descoberto, da tela para o espaço do espectador. Ela usa barrete frígio que se tornara símbolo da liberdade durante a Primeira República Francesa (1789-1794). Ela segura pelo mastro uma bandeira tricolor, que ocupa o eixo médio da tela.

Distinguem-se quatro outros personagens à beira da barricada. Há dois meninos de rua - um deles, usando uma boina e segurando duas pistolas, pode ter sido a inspiração para o personagem Gavroche, de Les Misérables de Victor Hugo; o outro, abaixado, quase rente ao solo, usa um boné de policial e segura uma espada. Há também um homem de cartola, o que sugere se tratar de um burguês, e, atrás dele, um proletário, usando uma boina e com um sabre na mão. Atrás, pode-se ver um estudante da prestigiosa École Polytechnique, identificado pelo tradicional bicorne. O que todos têm em comum é o olhar intenso e determinado. Ao longe, emergindo da densa névoa, veem-se as torres de Notre-Dame.

A pintura inspirou a Estátua da Liberdade, em Nova York,, que foi dado para os Estados Unidos como um presente dos franceses, 50 anos depois do quadro ter sido pintado. A estátua, que segura uma tocha na mão, tem uma posição mais estável, ao contrário da mulher na pintura.

A pintura esta exposta no museu do Louvre.

              
41              
Canto do jardim de Montgeron
Claude Monet

Monet, em sua pintura vibrante, feita com pinceladas de cores puras, preocupava-se apenas em capturar os efeitos passageiros da luz e da cor sobre aquilo que compunha. Por isso, pintava a mesma coisa diversas vezes em momentos diferentes. Ao estudar a retratação dos efeitos transitórios da luz natural, sua obra serviu de fonte para o modernismo do século XX.

Neste quadro, Monet apresenta parte de um jardim florido de Montgeron, na França. Ele procura chegar o mais perto do possível do modo como o olho humano vê a natureza, de acordo com o momento do dia, em razão das mudanças efetuadas pela luz e pela cor sobre o objeto pintado. As pinturas devem ser olhadas de certa distância, para maior compreensão das mesmas.

Esta tela, juntamente com outros três painéis decorativos, foi encomendada para ornamentar a sala grande do castelo de Rottenburg, em Montgeron, por Ernest Hoschede, um dos primeiros mecenas dos impressionistas.

              
42             
Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte
Georges Seurat

Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte (em francês: Un dimanche après-midi à l'Île de la Grande Jatte) (em inglês: A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte) é uma pintura a óleo da autoria do pintor francês Georges-Pierre Seurat, integrante do Movimento Impressionista. É considerada sua obra mais destacada, feita em pontilhismo nos anos de 1884-86. Retrata a Ilha de Grande Jatte.

A pintura foi feita entre maio de 1884 e março de 1885 e entre outubro de 1885 e maio de 1886. Na primeira fase de produção, Seurat pintou o quadro usando técnicas impressionistas e, na segunda fase, aplicou o pontilhismo, então novidade na época. O quadro retrata a ilha de Grande Jatte, situada no rio Sena, próxima aos portões da cidade de Paris, na França. A imagem possui 48 pessoas, 8 barcos, 3 cachorros um macaco e um cavalo puxando uma carroça, ao fundo. A obra foi primeiramente exposta em 1886, no salão da Société des Artistes Indépendants (Sociedade dos Artistas Independentes), a qual Seurat foi um dos fundadores. A pintura se tornou célebre e inspirou entre muitos pintores impressionistas, como Claude Monet e Vincent Van Gogh.

A pintura é destaque em uma cena do filme Curtindo a Vida Adoidado.

Pertence ao acervo do Art Institute of Chicago.

              
43              
O Cavalheiro Sorridente
Frans Hals

Cavaleiro Rindo (1624) é um retrato da Pintor holandês da idade de ouro Frans Hals no Coleção Wallace em Londres, que foi descrito como "um dos mais brilhantes de todos os retratos barrocos". O título é uma invenção do Vitoriana público e imprensa, desde a sua exposição na mostra de inauguração do Museu Bethnal Green em 1872-1875, logo após sua chegada à Inglaterra, após o que foi regularmente reproduzido como uma impressão, e se tornou um dos mais conhecidos pinturas de antigos mestres na Grã-Bretanha. O sujeito desconhecido de fato não está rindo, mas pode-se dizer que tem um sorriso enigmático, muito amplificado por seu bigode arrebitado.

O retrato mede 83 × 67,3 cm (32,7 × 26,5 pol.) E está inscrito no canto superior direito "Æ'TA SVÆ 26 / A ° 1624", que se expande para "aetatis suae 26, anno 1624" em latim e significa que o retrato foi pintado quando o modelo tinha 26 anos e no ano de 1624. A identidade do homem é desconhecida e, embora os títulos do século 19 registrados em holandês, inglês e francês sugiram principalmente um militar, ou pelo menos um oficial em algum dos milícia empresas que costumavam ser objetos de retratos de grupo, incluindo algumas de Hals e mais tarde Rembrandtde Vigília noturna (1642), na verdade ele provavelmente era um civil rico.

              
44              
O Casamento em Caná
Paolo Veronese

O Casamento em Caná é uma enorme pintura em óleo do pintor italiano Paolo Veronese. Está exposta no Museu do Louvre, em Paris, e é a maior pintura na colecção do museu, com 6,77m por 9,94m

A obra foi requerida em 1562 pelo Mosteiro beneditino de San Giorgio Maggiore em Veneza, e completado em 1563, quinze meses depois. Esteve pendurado no refeitório do mosteiro durante 235 anos, até ser saqueado por Napoleão em 1797 e levado para Paris. Durante a viagem o quadro foi cortado em dois e costurado de novo em Paris. Não foi devolvida nos tratados de conciliação pós-napoleónica que restituiu algumas obras de arte saqueadas, e no seu lugar para Veneza foi uma débil pintura de Charles Le Brun.

A pintura mostra as Bodas de Caná, a história de um milagre do Novo Testamento cristão. Na história, Jesus e os seus discípulos foram convidados para um casamento em Caná, na Galileia. Já perto do final da festa, quando o vinho começava a escassear, Jesus pediu aos serventes para encher os cálices com água, que depois ele transformou em vinho (o seu primeiro de sete milagres, como escrito no Evangelho de João).

              
45              
Os Jogadores de Cartas
Paul Cézanne

Os Jogadores de Cartas (Les Joueurs de cartes no título francês original) é uma série de pinturas a óleo sobre tela feita entre 1890 e 1895 pelo pintor Paul Cézanne. Um dos quadros da série, o mais famoso, está exposto no Museu de Orsay em Paris.

Cézanne começou a série na Suíça e terminou-a em Aix-en-Provence.

Pertence à época de maturidade (década de 1890) na qual Cézanne produziu as suas principais telas. Exemplifica os quadros em que as personagens estão fortemente ancoradas na cena.

O quadro, que foi considerado pela ARTnews uma das obras de arte mais valiosas em mãos privadas, esteve na colecção do magnata grego George Embiricos várias décadas, tendo o coleccionador negado as múltiplas ofertas de compra ao longo dos anos.

Uma versão de Os jogadores de Cartas foi vendida em 2011 para a família real do Qatar por um preço variadamente estimado de 250 milhões de dólares (190 milhões de euros), tornando-se o trabalho de arte mais caro vendido até essa altura

              
46              
Tempestade no Mar da Galileia
Rembrandt

A composição denominada Tempestade no Mar da Galileia é uma obra do pintor holandês Rembrandt. O artista retrata uma cena bíblica contida no Novo Testamento.

Segundo a Bíblia — principal livro dos cristãos — Jesus saiu com seus discípulos pelo mar da Galileia, quando foram surpreendidos por uma tempestade. Apesar do perigo, o Mestre dormia tranquilamente. Ao ser acordado em razão do medo vivido pelos apóstolos, recriminou-os, chamando-os “Homens de pouca fé”.

Na sua tela Rembrandt mostra o momento em que a procela irrompe sobre o barco que leva Jesus, os doze apóstolos e mais uma pessoa (o pintor insere seu autorretrato), num total de 14 homens, dividindo-os em dois grupos. As ondas tempestuosas levantam a popa da embarcação, onde cinco apóstolos tentam conter as velas, formando o primeiro grupo. Um deles segura uma vela em volta do mastro, pois o cordame que a prendia foi arrebentado pela fúria da natureza.

Jesus, vestindo uma túnica de cor azul-escuro e trazendo um halo em torno da cabeça, encontra-se no grupo da proa, envolto por sete homens, sendo que um deles toca-o para acordá-lo. Um dos apóstolos — com camisa vermelha e mão na testa — passa mal e vomita na amurada da embarcação. Outro, com camisa verde (autorretrato do pintor) e mão no chapéu, parecendo olhar para o observador, segura na corda do mastro.

O mastro, trazendo uma bandeira com uma cruz na ponta, direciona para o ângulo superior direito da tela, enquanto a verga aponta para os ângulos superior esquerdo e inferior direito, dividindo a composição em dois triângulos, se completarmos com uma linha imaginária. O triângulo da direita comporta o céu com suas nuvens escuras e pesadas e parte do mar, enquanto o da esquerda contém a onda volumosa que ameaça o barco. Mais ao longe, uma luz amarelada, como um laivo de esperança, alumia metade do barco e as beiradas das nuvens.

Em 18 de março de 1990, a pintura acima foi roubada por ladrões disfarçados em policiais. Eles invadiram o Museu Isabella Stewart Gardener em Boston, Massachusetts, EUA, e roubaram-na, juntamente com doze outros trabalhos. As pinturas nunca foram encontradas, sendo esse o maior roubo de arte da história.

              
47              
Medusa
Caravaggio

Duas versões foram pintadas, a primeira em 1596 e outra presumidamente em 1597. A primeira versão também é conhecida como Murtula - segundo o nome de um poeta que escreveu sobre a obra, Gaspare Murtola (morto em 1624): "Fuja, pois se seus olhos forem petrificados em fascínio, ela o tornará em pedra". A obra mede 48 por 55 cm e está assinada Michel A F, que se deduz, em latin: Michel Angelo Fecit, "Michel Angelo fez [isto]". A obra faz parte de um acervo privado. A segunda obra, mostrada aqui, é ligeiramente maior (60×55 cm) e não está assinada; ela é atualmente mantida na Galleria degli Uffizi, em Florença, Itália.

A obra é o escudo espelhado, côncavo, no qual Medusa vê a sua própria imagem; é arte direta, despida de adereços, adornos, anexos e redundâncias. A obra é o escudo espelhado que reflete Medusa observando a própria morte no exato instante da sua ocorrência. O que ela vê é o próprio olhar horrorizado ao contemplar-se a si mesma, ao ver-se petrificar. Vê, tal como nós, o seu estertor de morte;  a sua cabeça solta esguichando sangue ao golpe da espada de Perseu.

A imagem da própria cabeça é a imagem cristalizada do momento da própria morte na superfície côncava do escudo

              
48              
Decapitação de João Batista
Caravaggio

A obra retrata a execução de João Batista, onde próximo a ele se encontra Salomé com a bandeja de ouro que se prepara para receber a sua cabeça. Outra mulher, que foi identificada como sendo Herodias ou apenas um assistente que ali entende o erro da execução, encontra-se em estado de choque, enquanto um carcereiro comente o ato e o carrasco inflige com a sua adaga o pescoço da vítima terminando por decapitá-la.

A pintura foi encomendada como retábulo de 1608 pelos Cavaleiros de Malta. Hoje está pendurada a Co-Catedral de São João, o mesmo lugar onde foi comissionada e onde brevemente serviu como cavaleiro. A decapitação de São João Batista sofreu degradação ao longo do tempo e é severamente danificada. Nos 1950s alguns trabalhos de restauração foram feitos na pintura antes de uma exposição em Roma. Foi depois da restauração que as pessoas viram a assinatura de Caravaggio, que é assinada como f. Michelang.o. O f. indica sua fraternidade.

              
49             
Abaporu
Tarsila do Amaral

É a tela brasileira mais valorizada no mercado mundial das artes, com valor estimado de US$ 40 milhões, sendo comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini por US$ 2,5 milhões, em 1995, em um leilão realizado na Christies. Criador do Museu de arte latino-americana de Buenos Aires (MALBA), Costantini doou sua coleção para o museu, incluindo a Abaporu. Anteriormente a obra pertencia ao empresário brasileiro Raul Forbes, numa aquisição ocorrida em 1985.

              
50              
Junho Flamejante
Frederic Leighton

Flaming June (Junho Ardente) foi iniciada como um motivo para adornar uma banheira de mármore em uma outra obra de Leighton, “Summer Slumber” (Descanso de Verão). Ele tornou-se tão ligado ao projeto que decidiu criá-la como uma pintura separada. A posição da mulher deu trabalho a Leighton. Ele fez vários esboços preliminares. Ele teve dificuldade em fazer o ângulo de seu braço direito parecer natural. Seus estudos mostram que a imagem passou por pelo menos quatro esboços evolutivos antes do resultado final. Destes estudos, quatro são nus e um é coberto. A figura coberta parece a menos realista, demonstrando a necessidade de Leighton desenhar a partir de um modelo nu para alcançar uma fidelidade à natureza.

A pintura tornou-se a imagem mais reconhecível de Leighton. O realismo do tecido transparente usado pela mulher, as cores incrivelmente ricas e o mármore em volta perfeitamente recriado, são característicos do trabalho de Leighton, assim como o seu uso de luz natural. Ele faz a luz do sol ao fundo parecer como ouro derretido.

              
51              
Retrato do Artista sem Barba
Van Gogh

Van Gogh costumava pintar autorretratos, como Retrato do Artista Sem Barba, uma das obras mais importantes e conhecidas do artista. Van Gogh olhava-se no espelho para pintar retratos de si mesmo, revelando parte de sua personalidade e das técnicas utilizadas em suas obras. Conta-se que esta obra foi feita logo após o autor tirar sua barba no final de setembro de 1889 – mesmo ano em que Van Gogh suicidou-se devido à depressão que sofreu ao longo da vida.

Foi Arrematado Por 71,5 Milhões De Dólares Em 1998 Em Um Leilão Da Christie's.

              
52              
O Sono
Salvador Dalí

Na pintura O Sono (1937), de Salvador Dali, uma cabeça disforme e lassa, desprovida de corpo, sustenta-se em várias muletas assentes no chão, sugerindo a entrada no sono e, simultaneamente, na dimensão do sonho. Em A Vida Secreta de Salvador Dalí, autobiografia publicada em 1942, Dalí diz imaginar o sono como um monstro pesado apoiado nas muletas da realidade.

Durante o sono, a realidade imaterializa-se e desdobra-se em possibilidades, liberta das contingências das leis físicas e mundanas. Paradoxalmente, para que este seja possível, é necessário aquilo a que Dalí chama o “equilíbrio psíquico”, representado pelas muletas assentes no chão, sem o qual tudo se desintegra, dando lugar à insónia.

Porque pressupõe o acesso ao inconsciente, o mundo dos sonhos foi um tema central na corrente surrealista, fortemente influenciada pel’A Interpretação dos Sonhos de Freud.

Dalí tinha o hábito de adormecer com uma tela junto à cama para, ao acordar, registar nela as “fotografias de sonhos pintadas à mão”.

              
53              
Arranjo em Cinza e Preto nº1
James McNeill Whistler

Mãe de Whistler é um óleo sobre tela feito em 1871 por James McNeil Whistler. Originalmente conhecido como Arranjo em Cinza e Preto No.1, a pintura retrata Anna McNeil, que supostamente representava um modelo que não conseguiu aparecer. Anna está sentada com as mãos no colo enquanto olha fixamente para aparentemente nada. Na pintura, Whistler usa cinzas e negros para sugerir o tom da pintura. Acredita-se que Anna seja uma das fãs mais adoradoras do trabalho de seu filho, afirmando que prazer ela tirou de posar para as pinturas de Whistler. Além de trabalhar na pintura, Whistler projetou uma moldura para a pintura que ainda mantém a pintura hoje.

A mãe de Whistler ganhou seu lugar na arte e foi classificada com outras grandes obras-primas, como o Grito e a Mona Lisa. Apesar da rejeição e má recepção da pintura na Inglaterra, a mãe de Whistler ganhou proeminência em outros países e foi exposta no Musée du Luxembourg. Na época de seu lançamento, a pintura foi criticada como um símbolo de tristeza e luto devido às escolhas de cores escuras e sombrias. Independentemente disso, a pintura é muito apreciada entre a comunidade americana e é uma influência em muitas esferas. A mãe de Whistler é vista como uma representação da maternidade, do afeto e do apreço das crianças por seus pais e pelos valores familiares do século 19. Em comemoração à maternidade, réplicas do mesmo foram feitas em muitos lugares, bem como outras peças de arte, como o Memorial da Mãe Ashland. A Mãe de Whistler já apareceu em outros trabalhos artísticos, como filmes, obras de literatura e música. A mãe de Whistler é propriedade do governo francês e não está à venda. No entanto, a pintura é emprestada a outros museus no exterior que desejam exibir o ícone do mundo.

              
54              
Les demoiselles d'Avignon
Pablo Picasso

Les Demoiselles d’Avignon ou As Senhoritas de Avignon, em português, é uma das telas mais conhecidas de Pablo Picasso e de toda arte moderna. O artista a criou no verão de 1907, quando tinha seus vinte e poucos anos e morava em Paris. Seu título, dado por André Salmon, amigo do artista, na ocasião da primeira exposição da pintura em 1916, faz referência à rua Avignon, em Barcelona, que abrigava bordéis. Ou seja, a imagem representaria cinco prostitutas, entre cortinas que se abrem, que encaram e seduzem o espectador através de diferentes poses, gestos e olhares. O artista não teria gostado do título que acabou sendo atrelado à obra, a qual ele mesmo se referia como mon bordel – meu bordel.

Observando partes a composição:

  1. No primeiro plano da pintura está um prato com frutas, também mostradas de maneira sensual, onde se espalham uvas, maçã, pera e melancia.
  2. No centro, duas das prostitutas fitam o observador, como se o convidassem, provocativamente, a se deliciar com seus corpos. Elas são mais delicadas e realistas do que as demais.
  3. À direita, uma prostituta, assentada de costas para o observador, também o fita, com sua cabeça cubista virada para trás, numa posição inverossímil. Seu rosto tem o nariz torto e os olhos, de cores diferentes, totalmente desalinhados. Parece usar uma máscara.
  4. Acima dela, uma figura, usando máscara africana tribal, encontra-se de pé, com os braços abertos, abrindo as cortinas.
  5. A quinta mulher está próxima à porta, como se convidasse as pessoas para entrarem, contendo uma cortina vermelha aberta. Ela é a mais musculosa das cinco.
              
55              
Os Comedores de Batata
Vincent van Gogh

A obra Os Comedores de Batatas, de Vincent Van Gogh, pertence à primeira fase da pintura de Van Gohgh. O quadro é de 1885 e encontra-se no Museu Van Gogh em Amesterdã. Nesta fase, Van Gogh desenhou e pintou muitas paisagens holandesas, cenas de aldeia. Em Nuenen, pequena cidade holandesa onde morava a sua família, realizou cerca de 250 desenhos, principalmente sobre a vida de camponeses e tecelões.

A garotinha nos dá as costas, como se estivesse prestes a arrastar a cadeira e se juntar à família. A senhora, à direita, serve o café em pequenas canecas, enquanto o senhor, possivelmente seu marido, sorri agradecendo o café que o aquecerá ou pedindo para beber mais um pouco. No lado esquerdo do quadro, marido e esposa apanham os talheres para se servir.

Junto à família, a luz é uma grande personagem. Ela emana do alto, da suave flama do lampião, distribuindo luz e sombras bruxuleantes. Essa luz torna o ambiente aconchegante, ao mesmo tempo em que reveste de doçura e uma leve melancolia o ambiente. Há certa solenidade, tanto do olhar do espectador, quanto do próprio artista: pois adentramos em um ambiente íntimo humildemente, pedindo desculpas pela intromissão.

 

              
56             
Impressão, nascer do sol
Claude Monet

O quadro Impression, soleil levant é considerado uma das maiores obras do artista francês. Na tela assistimos as primeiras horas de sol da manhã no porto de Le Havre (situado na Normandia). A vista foi proporcionada durante uma estadia do pintor no Hotel de l’Amirauté, localizado na região.

A técnica impressionista faz com que tenhamos a impressão de estarmos efetivamente diante da superfície reflexiva do mar. Ao fundo estão as sombras dos barcos, dos guindastes e das chaminés do estaleiro. O laranja brilhante do sol se destaca no horizonte e se estende pelo espelho do oceano.

Consta que a brilhante tela foi pintada em apenas algumas horas. O quadro impressionista, de dimensões 48cm x 63cm, faz parte do acervo do Museu Marmottan Monet, em Paris.

              
57              
Três de Maio de 1808 em Madrid
Francisco de Goya

Três de Maio de 1808 em Madrid, Os fuzilamentos da montanha do Príncipe Pío ou Os fuzilamentos de três de Maio, nome pelo qual é habitualmente conhecido, é um quadro do pintor espanhol Francisco de Goya. O quadro, de 2,68 x 3,47 metros, foi realizado em 1814 e encontra-se no Museu do Prado, em Madrid.O quadro está pintado com poucos detalhes, chega-se diretamente ao tema. Emprega uma luz quase natural.

Os acontecimentos na colina de Príncipe Pío estão representados com grande contraste, que refletem a real desigualdade de forças: de um lado os oito soldados de infantaria, que estão representados com o seu fuzil, o uniforme e o chapéu um muro; do outro as vítimas, um grupo variado e desesperado, aguardando o fuzilamento.

Do grupo dos revolucionários destaca-se um com camisa branca. A associação com Cristo na cruz é intencional: as mãos apresentam estigmas. Aqui assassinam mártires. O tema também é tratado na série Desastres da Guerra.

              
58              
Hospital Henry Ford
Frida Kahlo

Em 4 de julho de 1932, Frida sofreu um aborto espontâneo em Detroit, após ter ficado sob a supervisão dos médicos, que recomendaram longos períodos de completo repouso na cama para que a gestação se concluísse. No entanto, o corpo dela não resistiu e, finalmente, ela foi levada ao Hospital Henry Ford, onde foi realizado um aborto para finalizar o processo que havia se iniciado em casa.

Alguns dias depois, em estado de profunda depressão, Frida pediu que trouxessem o feto do filho até ela, para que pudesse pintá-lo. O pedido não foi atendido, e ela começou a criar esta obra, à qual deu o nome do hospital em que ficou internada. A pintura teve como base algumas ilustrações fornecidas por Diego e pelos médicos.

A pintura é um reflexo do que Frida sentiu quando teve um aborto espontâneo no Hospital Henry Ford, com corpo é torcido e a cama inclinada para cima, o que aumenta a sensação de desamparo e desconexão. O desconforto transparece na forma como ela pintou o corpo: da cintura para cima ela se volta para o espectador; da cintura para baixo ela se afasta.

O pequeno e frágil corpo de Frida está sangrando em uma cama enorme. Ela ainda está com o ventre inchado, e seis elementos diferentes aparecem ao redor dela, ligados à mão por fitas vermelhas, como se fossem cordões umbilicais. À direita, acima da cabeceira da cama, flutua um caracol, símbolo da lentidão do aborto, afirmado por Frida. Há um feto masculino no meio, o desejado filho, e um gesso ortopédico rosa da área pélvica à esquerda, que faz alusão às fraturas da coluna vertebral de Frida. Abaixo, do lado esquerdo, há uma máquina; no meio, uma orquídea que Diego deu a ela; e, finalmente, à direita, um osso ilíaco. Lágrimas brotam dos olhos de Frida. Há uma vista da Ford Motor Company na cidade industrial de Detroit ao horizonte, onde Rivera estava pintando alguns murais.

              
59              
A Dança da Vida
Edvard Munch

"A dança da vida" , de EDVARD MUNCH O quadro "A dança da vida" (1899-1900) é quase uma narrativa em forma de pintura. Duas figuras femininas cercam um casal completamente alheio ao que acontece ao redor. A mulher de branco da esquerda é jovem e simboliza a pureza do primeiro amor, virgem como a cor branca que seu vestido indica. A da direita, mais velha e vestida de preto, simboliza a perda das ilusões amorosas que vem com a experiência. A obra está exposta no Museu Munch, em Oslo.

              
60              
Quando te Casarás?
Paul Gauguin

Quando Você Casa? é uma pintura a óleo de 1892 feita pelo artista pós-impressionista francês Paul Gauguin. A obra foi emprestada ao Kunstmuseum em Basileia, na Suíça, por quase meio século, mas foi vendida em fevereiro de 2015 pela família de Rudolf Staechelin ao xeique Al-Mayassa bint Hamad bin Khalifa Al-Thani por cerca de 210 milhões de dólares (155 milhões de libras esterlinas), um dos maiores valores já pagos por uma obra de arte. A pintura foi exibida na Fundação Beyeler, em Riehen, até 28 de junho de 2015

O quadro Quando Você se Casará? foi pintado por Gauguin durante a sua primeira permanência no Taiti. Ele apresenta duas nativas taitianas. Sua pintura traz as características do primitivismo: cores intensas, perspectiva distorcida e figuras lisonjeiras. A mulher que se encontra em primeiro plano está vestindo trajes típicos do Taiti, inclusive traz uma flor no cabelo negro, repartido ao meio. A outra, ao fundo, usa um vestido com gola alta e mangas compridas, sentada numa postura mais comedida, mostrando a influência missionária recebida. Mais ao fundo, em meio ao capinzal, são vistas duas figuras masculinas, com seus chapéus de palha. A cor amarela é predominante na pintura.

              
61              
Triunfo da Morte
Pieter Bruegel, o Velho

O Triunfo da Morte é uma pintura de Pieter Bruegel, o Velho de cerca de 1562. Está exposta no Museu do Prado de Madri desde 1827.

A pintura mostra um panorama de um exército de esqueletos causando estragos em uma paisagem enegrecida e desolada. Fogos queimam à distância e o mar está repleto de naufrágios. Algumas árvores sem folhas cravam-se em colinas sem vegetação; peixes apodrecem nas margens de um lago entupido de cadáveres. O historiador de arte James Snyder enfatiza a "terra árida e queimada, desprovida de qualquer vida até onde a vista alcança". Neste cenário, legiões de esqueletos avançam sobre os vivos, que fogem aterrorizados ou tentam em vão lutar. Em primeiro plano, esqueletos puxam uma carroça cheia de crânios; no canto superior esquerdo, outros tocam o sino que significa o sentença de morte do mundo. As pessoas são conduzidas a uma armadilha em forma de caixão decorada com cruzes, enquanto um esqueleto a cavalo mata pessoas com um foice. A pintura retrata pessoas de diferentes origens sociais - de camponeses e soldados a nobres, bem como um rei e um cardeal - sendo levados à morte indiscriminadamente.

              
62              
Os Embaixadores
Hans Holbein, o Jovem

Os Embaixadores (1533) é uma pintura a óleo sobre madeira de Hans Holbein, o Jovem.

Foi criada no período Tudor, no mesmo ano em que Isabel I de Inglaterra nasceu. Além de ser um duplo retrato, a pintura contém a natureza-morta de vários objetos meticulosamente pintados, cujo significado tem sido muito debatido. Também incorpora um exemplo muito citado de anamorfose na pintura. Faz parte da coleção na Galeria Nacional de Londres.

Na esquerda a pintura representa Jean de Dinteville, embaixador da França na Inglaterra em 1533, e na direita encontra-se, Georges de Selve, estudioso, bispo da antiga diocese entretanto extinta de Lavaur (Tarn) e que terá sido enviado em missão diplomática a Londres em 1533, data da criação da pintura.

Esta pintura tem sido descrita como "um dos retratos mais impressionantes da arte renascentista".

              
63             
Olympia
Édouard Manet

Pintura realista de Édouard Manet. Foi pintada em 1863, mede 130,5 por 190 centímetros e está no Museu d'Orsay em Paris. Foi selecionada para o Salon de Paris em 1865 e lá exibida.

O que chocou o público contemporâneo não foi a nudez de Olympia, nem a presença de sua empregada totalmente vestida, mas o seu olhar de confrontação e uma série de detalhes identificando-a como uma semi-mundana ou prostituta. Estes incluem a orquídea em seus cabelos, sua pulseira, brincos de pérola e o xaile oriental em que ela repousa, símbolos de riqueza e sensualidade. A fita preta em volta do pescoço, em contraste com sua carne pálida, e seu chinelo solto sublinham a atmosfera voluptuosa. "Olympia" era um nome associado a prostitutas na década de 1860 em Paris.

              
64              
As Fiandeiras
Diego Velázquez

O mito de Aracne popularmente conhecido como As Fiandeiras (em castelhano: La fábula de Aracne (Las hilanderas)) é uma pintura a óleo sobre tela do pintor espanhol Diego Velázquez criada cerca de 1657 e que se encontra actualmente no Museu do Prado, Madrid.

Em primeiro plano vêem-se cinco fiandeiras que estão a transformar a lã em bruto, primeiro em fio e depois em novelos. A mulher da direita que veste um camiseiro branco é «uma clara transposição» de uma das figuras do Teto da Capela Sistina. Ao fundo, atrás das fiandeiras e numa sala que aparece mais elevada, surgem outras três mulheres ricamente vestidas que parecem contemplar uma tapeçaria que representa uma cena mitológica.

              
65              
Nude Sitting on a Divan
Amedeo Modigliani

Nude sentado em um divã ( a bela mulher romana ) é um óleo sobre tela do artista italiano amedeo modigliani, representando uma mulher parcialmente drapeada, sentada com as pernas cruzadas contra um fundo vermelho quente . o trabalho foi um de uma série de nus pintados por modigliani em 1917 que criou uma sensação quando exibido em paris naquele ano . em novembro 2 , 2010 , a pintura vendida em um leilão de nova york por $68 . 9 milhão , um preço recorde para uma obra de arte de modigliani.

              
66              
A Queda dos Condenados
Peter Paul Rubens

A composição A Queda dos Condenados, também conhecida como a A Queda dos Anjos Rebeldes ou A Expulsão dos Anjos Caídos, é uma obra religiosa do pintor barroco Peter Paul Rubens, o mais importante de todos os pintores flamengos do século XVII. Ele retrata uma cena isolada do drama final, quando os maus são lançados ao inferno, numa massa de corpos flutuantes, sendo impossível detalhar contornos e feições, tamanho é o número de corpos que despenca.

Na sua monumental composição de um tema estruturalmente muito intrincado, como a vibração de uma vigorosa massa anatômica, Rubens retrata um grande número de condenados sendo expulsos do Paraíso. Seus corpos nus estão sendo atirados ao Inferno  pelos anjos, sob a chefia do arcanjo Miguel que pode ser identificado através de sua túnica azul e capa vermelha e o uso de uma lança e um escudo. Parece estar empurrando os corpos para baixo com a ajuda de outros anjos alados.

João Guilherme, Eleitor Palatino adquiriu a pintura para sua galeria em Düsseldorf. Depois de um tempo foi parar em uma galeria de Mannheim até chegar em Munique, na Antiga Pinacoteca.

              
67              
Eu e a Aldeia
Marc Chagall

Eu e a Aldeia é uma pintura do pintor russo Marc Chagall. O quadro surrealista foi pintado em 1911, embora neste ano ainda não existisse oficialmente o Surrealismo.

Nesta composição, que foi pintada um ano após a chegada do artista a Paris, ele traz à tona as lembranças de sua aldeia nativa na Rússia, Vitebsk, onde viveu ao lado de camponeses e animais, como mostra a conexão entre o olho do rosto verde do homem e o da ovelha (ou vaca). Sua pintura é como um conto de fadas rural, onde tudo se mistura, e todos os detalhes são retirados de sua memória.

Hoje em dia, esta obra, considerada a mais famosa de Marc Chagall e uma das mais famosas de todo o Mundo e de toda a história da arte, encontra-se exposta no MoMA, na cidade de Nova Iorque.

              
68              
A Cigana Adormecida
Henri Rousseau

Pertencente ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

É uma representação fantástica, quase surrealista, de um leão que encontra uma mulher adormecida no chão em noite enluarada

              
69              
O Mestiço
Portinari

Candido Torquato Portinari (Brodowski, 29 de dezembro de 1903 — Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1962). Portinari pintou quase cinco mil obras, de pequenos esboços a gigantescos murais. Foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional. "Mestiço" é o quadro mais famoso do artista, pintado em 1934. Houve o exagero das formas, para destacar a importância do trabalhador brasileiro.

              
70             
Salvator Mundi
Leonardo da Vinci

A pintura mostra Cristo, no estilo renascentista, a dar uma bênção com a mão direita levantada e os dedos cruzados enquanto segura uma esfera de cristal na mão esquerda. A pintura foi vendida em leilão pela Christie's em Nova York, em 15 de novembro de 2017, por 450,3 milhões de dólares, estabelecendo uma nova marca para a pintura mais cara já vendida. O comprador não foi divulgado.

Da Vinci mostra Jesus segurando um globo de cristal transparente e não refratário à esquerda, sinalizando seu papel como Salvator Mundi e representando a "esfera celestial" dos céus. Especialistas sugerem que Da Vinci pintou o quadro quando estava estudando óptica. Surgiu um debate sobre se a esfera translúcida na pintura, durante a restauração, foi processada com precisão. Alguns sugerem que era cristal sólido, enquanto outros teorizam que era oco por causa de sua aparente falta de distorção de fundo e seus três pontos brancos.

              
71              
Retábulo de Mérode
Robert Campin

O Retábulo de Mérode é um tríptico com a Anunciação ao centro da autoria do pintor flamengo Robert Campin, embora se pense que possa ter sido algum seu discípulo que copiou o original de Campin. Foi criado entre 1427-32.

Retábulo de Mérode encontra-se actualmente no Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque.

A obra é um tríptico ou painel com três pinturas. Foi provavelmente encomendado para uso privado, sendo o painel central relativamente pequeno com 64 x 63 cm e cada pintura lateral medindo 65 x 27 cm.

              
72              
Retrato de uma Dama
Rogier van der Weyden

Retrato de uma Dama é uma pequena pintura a óleo sobre tela, datada de 1460, do pintor flamengo Rogier van der Weyden. A pintura foi elaborada a partir das formas geométricas que formam as linhas do véu da mulher, o seu pescoço, face e braços, e pela projecção da luz que ilumina a sua face e o seu hennin. O contraste entre a escuridão e a luz realça a beleza quase irreal e a elegância gótica do modelo.

Van der Weyden passou a ser visto pelos pintores das gerações seguintes como um artista que conseguia transmitir, de forma profunda, o carácter de uma pessoa. Neste trabalho, a humildade e o comportamento discretos são transmitidos pela sua frágil aparência física, olhos direccionados para baixo e dedos muito juntos. A mulher é magra e retratada de acordo com o ideal gótico de elementos alongados, visualizados nos seus ombros estreitos, no seu cabelo apanhado, testa longa e pelo elaborado toucado.

Esta pintura encontra-se na Galeria Nacional de Arte, em Washington, D.C., desde que foi doada em 1937. Tem sido descrita como "famosa entre todos os retratos de mulheres de todas as escolas".

              
73              
Lamentação sobre o Cristo Morto
Andrea Mantegna

A Lamentação sobre o Cristo Morto é uma das mais notáveis pinturas do pintor italiano Andrea Mantegna. Trata-se de uma têmpera sobre tela (68x81 cm), pintada provavelmente entre 1475 e 1478 e conservada na Pinacoteca de Brera, em Milão.

Andrea Mantegna constrói a identidade individual no Cristo Morto através do conflito entre as diferentes formas de conhecimento. O corpo morto de Cristo, deitado sobre a Pedra da Unção, é o lugar em que deposita-se e discute-se o conhecimento. A imagem traz a representação de Deus e do corpo ideal, ao mesmo tempo em que denota a mortalidade do ser humano.

Olhando para dentro da obra o espectador se depara com um monstruoso espetáculo: um cadáver pesado, com uma aparência inchada, decorrida do exagero do minimalismo. À frente, estão seus pés enormes com duas chagas ocasionadas pelos pregos da crucificação; no canto esquerdo, lágrimas de duas pessoas que encaram a cena. São elas a Virgem Maria, estranhamente mais velha, e São João lamentando a morte. No entanto, há ainda uma terceira que encontra-se na parte superior, logo atrás mãe de Jesus, e que poderia ser Maria Madalena.

              
74              
Dama com Arminho
Leonardo da Vinci

Dama com Arminho é uma pintura feita no ano de 1489-1490 pelo artista Leonardo da Vinci. A obra, feita em óleo sobre madeira, é um retrato de Cecília Gallerani, encomendado pelo amante dela, Ludovico Sforza. Está no Museu Nacional de Cracóvia.

Cecília fez parte de uma família abastada de Siena, admirada pelos dotes artísticos dos quais dispunha: falava latim, escrevia poemas e cantava. Na pintura, o que predomina é, no entanto, o estilo de Da Vinci, comum aos demais pintores renascentistas. As feições da retratada não permitem definir o sexo da personagem, sobretudo pela simbologia das mãos. Os dedos alongados não possuem características que podem ser atribuídas à feminilidade.

              
75              
Madona Litta
Leonardo da Vinci

Madona Litta (têmpera sobre tela) é uma pintura do início do século XV atribuída por muitos investigadores a Leonardo da Vinci, enquanto outros pensam que pode ter sido pintado por um de seus seguidores, como Giovanni Antonio Boltraffio ou Marco d'Oggiono, uma vez que a técnica apresentada na obra não corresponde à utilizada pelo artista. De seguro, esta obra foi pintado em Milão e encontra-se atualmente no Museu Hermitage São Petersburgo.

Trata-se da representação da Virgem Maria amamentando o menino Jesus, um assunto devocional conhecido como a Virgem Amamentando. A pintura leva esse nome por conta da Casa de Litta, uma nobre família milanesa para a qual foi grande parte da coleção artística da época.

A obra é divida apenas em dois planos e é apresentada na posição vertical. No centro, está a Madona amamentando um bebê enquanto olha para ele, já a criança encara fixamente o observador. Ambos os personagens têm expressões faciais com ampla carga emotiva.

              
76              
O Juízo Final
Hieronymus Bosch

O Tríptico do Juízo Final é um quadro do pintor holandês Hieronymus Bosch, datável por volta de 1482 ou posterior, executado em óleo sobre tábua. Mede 163,7 centímetros de alto por 242 cm. de largo. Encontra-se na galeria de pinturas da Academia de Belas-Artes de Viena.

Ao abrir o tríptico vê-se, de esquerda a direita: o pecado original, o Juízo Final e o Inferno.

              
77             
O Jardim das Delícias Terrenas
Hieronymus Bosch

O Jardim das Delícias Terrenas é um tríptico de Hieronymus Bosch, que descreve a história do Mundo a partir da criação, apresentando o paraíso terrestre e o Inferno nas asas laterais. Ao centro aparece um Bosch que celebra os prazeres da carne, com participantes desinibidos, sem sentimento de culpa. A obra expõe ainda símbolos e atividades sexuais com vividez. Especula-se sobre seus financiadores, que poderiam ser adeptos do amor livre, já que parece improvável que alguma igreja tradicional a tenha encomendado.

Foi transladado ao Museu do Prado em 1936 para a sua proteção devido à Guerra civil espanhola. Depois da guerra, entrou a fazer parte das coleções do Prado.

O quadro fechado na sua parte exterior alude ao terceiro dia da criação do mundo. Representa um globo terráqueo, com a Terra dentro de uma esfera transparente.

Ao abrir-se, o trítico apresenta, no painel esquerdo, uma imagem do paraíso onde se representa o último dia da criação, com Eva e Adão, e no painel central representa a loucura solta: a luxúria. Nesta tábua central aparece o ato sexual e é onde se descobrem todos os prazeres carnais, que são a prova de que o homem perdera a graça. Por último temos a tábua da direita onde se representa a condenação no inferno; nela o pintor mostra um palco apoteótico e cruel, no qual o ser humano é condenado pelo seu pecado.

              
78              
Vénus adormecida
Giorgione e Ticiano

Vénus adormecida é uma pintura a óleo sobre tela pintada cerca de 1507-1510 por Giorgione, mestre italiano do Renascimento, e que se encontra actualmente na Pinacoteca dos Mestres Antigos, de Dresden. A obra foi concluída e em parte repintada por Ticiano, em 1511-1512, após a morte de Giorgione.

Apesar da influente intervenção de Ticiano, a invenção do tema é inteiramente atribuída a Giorgione, que também deve ter definido a envolvência doce da paisagem que acompanha a forma do corpo nu. Encontram-se implicações eróticas subtis no braço levantado de Vénus e no posicionamento da mão esquerda sobre a virilha, que retoma a pose da Vénus pudica, embora reformulando-a para uma posição deitada. Trata-se porém de uma atmosfera sensual e sonhadora, muito diferente das interpretações que deram posteriormente os artistas do tema, onde a mulher bem acordada se dirige descaradamente para o espectador, mostrando abertamente a sua nudez, às vezes mesmo sem o gesto de se cobrir pudicadamente.

              
79              
O Triunfo de Galatéia
Rafael

Galatéia foge de seu admirador Polifemo, um ciclope. A versão da história narrada por Filóstrato dá conta de que Galatéia rejeita as investidas de Polifemo e vai ao encontro de seu amado Ácis.

No afresco vemos a ninfa Galateia de pé dentro de um carro feito de concha, puxado por uma parelha de golfinhos, abrindo caminho em meio às ondas, sendo que seu manto está esvoaçando para trás, cobrindo-lhe metade do corpo, deixando visível a pureza de seus contornos e a elegância de seus movimentos.

Três meninos - os pequenos Cupidos - armados de arco e flechas miram a jovem Galateia, tentando acordar o seu amor, enquanto duas divindades marinhas sopram búzios e dois casais entregam-se aos prazeres amorosos. Um tritão aprisiona sua ninfa em seus musculosos braços, enquanto um centauro carrega a sua amada nas costas.

Embora muitos movimentos aconteçam em volta de Galateia, ela continua sendo a figura de maior destaque da pintura - o centro da composição. Assim como segura as rédeas de sua carruagem, tem também o controle de toda a situação. Tudo parece convergir para seu belo rosto que inspira delicadeza e inocência e que se localiza bem no centro da composição.

Localização: Villa Farnesina/ Roma

              
80              
Madona Sistina
Rafael

A Madona Sistina, também chamada Madonna di San Sisto, é uma pintura a óleo realizada pelo artista italiano Rafael Sanzio. A peça-de-altar foi encomendada em 1512 pelo Papa Júlio II para a igreja de São Sisto em Placência.

Realocada para Dresden em 1754, a famosa pintura foi particularmente influente na Alemanha. Após a Segunda Guerra Mundial, ela foi enviada para Moscou e lá permaneceu por uma década antes de retornar à Alemanha. É agora uma obra-prima do acervo da Pinacoteca dos Mestres Antigos. Dresden, Alemanha.

A pintura a óleo mede 265 x 196 cm. No quadro, a Madona, carregando o menino Jesus e flanqueada por São Sisto e Santa Bárbara, está de pé sobre nuvens e à frente de dezenas de querubins, enquanto dois anjos alados distintos descansam logo abaixo dos pés da Virgem.

Um elemento de destaque dentro da pintura, os anjos alados abaixo da Virgem Maria são famosos por seus próprios méritos. Já em 1913 Gustav Kobbé declarou que "nenhum querubim ou grupo de querubins é tão famoso como a dupla que inclina-se sobre o altar superior indicado na parte inferior da pintura." Muito explorados comercialmente, eles são reproduzidos em selos, cartões postais, camisetas, e papéis de embrulho.

              
81              
A Torre de Babel
Bruegel

A representação da arquitetura da torre feita por Bruegel, com seus vários arcos e outros exemplos de engenharia romana, é intencionalmente retrospectiva do Coliseu de Roma, lugar que cristãos consideram símbolo de arrogância e perseguição. Bruegel visitou Roma entre 1552 e 1553.

A Torre de Babel está em exposição no Museu de História da Arte, em Viena. A outra pintura do mesmo tema, a "'Pequena' Torre de Babel", de 1563, está no Museu Boijmans Van Beuningen em Roterdão.

              
82              
Vista de Toledo
El Greco

Esta pintura, a maior paisagem de El Greco, pertence a uma tradição artística das vistas simbólicas da cidade. Similar aos seus retratos mais importantes, sua abordagem é interpretativa em vez de literal. O artista busca capturar a essência da cidade em vez de documentar sua aparência real. Esta vista parcial de Toledo, mostrando a parte oriental da cidade, teria excluído a catedral que o artista de forma imaginativa a move para a esquerda do imponente Alcázar. Uma fila de edifícios desce a colina íngreme em direção à ponte romana Alcántara, enquanto que no outro lado do Tagus, fica o castelo de San Servando. O quadro estava no ateliê do pintor no momento de sua morte em Toledo, e, mais tarde, foi comprado pelo conde dos Arcos, um grande colecionador que tinha pelo menos sete pinturas de El Greco.

A vista de Toledo pode ser encontrada no Metropolitan Museum of Art, na cidade de Nova York.

              
83              
Caçadores na Neve
Pieter Bruegel, o Velho

A pintura apresenta uma cena invernal em que três caçadores regressam de uma caçada acompanhados pelos seus cães. Pela aparência, a saída não foi bem sucedida; os caçadores parecem caminhar abatidos, e os cães parecem cansados e desalentados. Um homem carrega apenas a carcaça de uma lebre ilustrando a pobreza da caçada. A impressão visual geral é a de um dia calmo, frio e nublado; as cores são brancos suaves e cinzentos, as árvores estão despidas de folhas e a fumaça de madeira queimada paira no ar. Vários adultos e uma criança preparam comida numa fogueira no exterior duma pousada.

Localizada no Museu de História da Arte em Viena.

              
84             
O Sepultamento de Cristo
Caravaggio

O Sepultamento de Cristo, chamada também de A Deposição de Cristo, é uma das peças-de-altar mais admiradas de Caravaggio e foi pintada em 1603-4 para a segunda capela da direita em Santa Maria in Vallicella, uma igreja construída para o Oratório de São Filipe Néri. Atualmente uma cópia da pintura decora a capela e a original está na Pinacoteca Vaticana.

Enquanto as faces são importantes para todas as pinturas, nas obras de Caravaggio é sempre importante notar para onde os braços estão apontando. Para o céu na "Conversão no Caminho para Damasco", para Levi no "Chamado de São Mateus". Aqui, o braço caído do Deus morto e seu manto imaculado tocam as pedras; a chorosa Maria de Cleófas gesticula para o céu. Esta seria uma interpretação da mensagem de Cristo: Deus veio à terra e humanidade se reconciliou com o céu. Como sempre, mesmo em suas obras de maior devoção, Caravaggio jamais deixa de lado suas convicções. No centro está Maria Madalena, secando as lágrimas com um lenço branco, com a face encoberta pelas sombras. Segundo a tradição, a Virgem Maria é geralmente representada como eternamente jovem, mas aqui, Caravaggio a pinta como uma senhora de idade. A figura da Virgem está também parcialmente encoberta por João; podemos vê-la vestida com o hábito de uma freira e seus braços estão abertos para os lados, imitando a linha da laje de pedra sobre a qual o grupo está. Sua mão direita paira acima da cabeça de Jesus como se ela estivesse se esticando para tocá-lo. Vistas em conjunto, as três mulheres constituem três diferentes expressões complementares do sofrimento.

              
85              
O Balanço
Jean-Honoré Fragonard

O Baloiço, também conhecido por Os Acidentes Felizes do Baloiço, é uma pintura do século XVIII a óleo sobre tela do pintor francês Jean-Honoré Fragonard. Encontra-se exposta no museu Coleção Wallace, em Londres. É considerada uma das obras-primas do rococó, e trata-se da pintura mais conhecida de Fragonard.

Fragonard antecipa técnicas e conceitos fundamentais aos impressionistas: um século à frente das inovações trazidas por Monet, Manet e Renoir, pode-se observar a tentativa de capturar o momento fugidio da moça que se diverte, a suprema alegria e jovialidade, aliada à ternura e à sensação de acolhimento, que brotam com toda a força do quadro.

A pintura retrata uma jovem num baloiço na área central do quadro, cercada por roseiras e árvores imensas. Ao fundo um homem está a baloiça-la, e mais à frente um outro homem, o "voyeur", camuflado entre os arbustos que a observa. No retrato, é enfatizado no momento em que o balanço atinge o seu ponto mais alto, permitindo ao espectador vislumbrar o que está por baixo de suas anáguas

              
86              
Watson e o Tubarão
John Singleton Copley

Watson e o Tubarão é um pintura a óleo pelo pintor americano John Singleton Copley, retratando o resgate do menino inglês Brook Watson a partir de um ataque de tubarão dentro Havana, Cuba. Copley, então morando em Londres, pintou três versões. A versão de 1778 está no Galeria Nacional de Arte, Washington DC. Uma segunda réplica 1778 em tamanho real está agora no Museu de Belas Artes, Boston, e uma terceira versão, menor, de 1782 com uma composição mais vertical, está no Instituto de Artes de Detroit.

As pinturas são baseadas em um ataque ocorrido no porto de Havana em 1749. Brook Watson, então com 14 anos taifeiro no Consorte Real, perdeu a perna no ataque e não foi resgatado até a terceira tentativa, que é o tema da pintura. Watson, tendo feito carreira militar e se tornando um comerciante de sucesso, encomendou a pintura a Copley um quarto de século após o evento.

              
87              
O Juramento dos Horácios
Jacques-Louis David

O Juramento dos Horácios (1784) é uma obra do pintor francês Jacques-Louis David. Apesar de ter sido pintado cinco anos antes do começo da Revolução Francesa, ilustra os ideais artísticos do neoclassicismo.

Mostra três irmãos fazendo a saudação romana, com a qual juram que lutarão pela Monarquia Romana, embora sua decisão traga sofrimento a suas famílias. A pintura simboliza o princípio segundo o qual o dever público, o sacrifício pessoal, o patriotismo e a defesa das convicções tomadas em consciência são valores superiores à própria segurança, ou seja, aos seus interesses.

Pintada por David, entre 1784 e 1785 quando estudava em Roma, no “Palazzo Costanzi“. Trazida a Paris em 1785, para fazer parte do “Salon” de exposições de pinturas e esculturas do Louvre. Onde foi um dos maiores sucesso nessa época pré-revolução.

              
88             
A Morte de Marat
Jacques-Louis David

Marat assassinado (Marat assassiné) ou A morte de Marat é uma tela de Jacques-Louis David pintada em 1793. Ela está exposta no Musées royaux des Beaux-Arts de Belgique em Bruxelas.

A pintura mostra Jean-Paul Marat, revolucionário francês, assassinado em casa em 13 de julho por Charlotte Corday. A inscrição À Marat, David que aparece na caixa de madeira, cuja forma sugere uma pedra tumular, indica que se trata de uma homenagem a Marat, que o pintor conhecia pessoalmente e que teria visto na véspera de sua morte.

Jean-Paul Marat,pessoal de David, tinha uma doença de pele especialmente dolorosa que o obrigava a permanecer dentro de uma banheira durante o dia enquanto trabalhava. Um dia, Charlotte Corday entrou no aposento, tendo como pretexto a entrega de uma mensagem e assassinou-o, enterrando-lhe uma faca no peito.Para David, este quadro foi concebido como um monumento para um homem que foi simultaneamente herói, mártir e amigo.

              
89              
Caminhante sobre o mar de névoa
Caspar David Friedrich

A pintura encarna a essência dos princípios da estética romântica de paisagem, mostrando uma figura solitária contemplando uma imponente paisagem alpina de cima de um pico rochoso.

Apesar de aparentar estar em altas altitudes, a rocha onde o viajante está retratado provavelmente fica em um terreno baixo, num prado próximo ao rio Elba, nas cercanias de Dresden. O casaco verde que o personagem usa não é adequado para uma caminhada em montanhas, sendo na verdade utilizada pelas pessoas na cidade. Assim, o personagem não é um alpinista solitário, mas foi inspirado nas pessoas do povoado de Dresden, onde o pintor viveu por muito tempo.

A obra está no acervo da Kunsthalle de Hamburgo desde 1970.

              
90              
A Balsa da Medusa
Théodore Géricault

Obcecado pelo naufrágio da Fragata de Medusa, que inspirou a obra, Géricault chegou a entrevistar sobreviventes, alguns deles forçados ao canibalismo na tragédia. Entre os passageiros que teve contato, estavam o engenheiro Alexandre Corréard (que também havia participado da construção da balsa) e o médico cirurgião Jean-Baptiste-Henri Savigny.

O Fragata havia partido da França, e navegava em direção a Senegal, na África, com intenções de colonização do país. Relatos da época afirmam que Géricault teria tido a inspiração para o quadro a partir de uma notícia sobre o naufrágio, ocorrido em 1816. A pintura representa o momento logo após a embarcação começar a afundar, em que a tripulação e os passageiros não conseguiram salvar-se com os botes de emergência. A cena retrata as personagens lutando à deriva.

Está exposta no Museu do Louvre, Paris, e é considerada um ícone da pintura ocidental.

              
91              
Saturno devorando um filho
Francisco de Goya

O quadro Saturno devorando um filho é uma das pinturas a óleo sobre reboco que fazia parte da decoração dos muros da casa que Francisco de Goya adquiriu em 1819 chamada a Quinta del Sordo. Pertence, portanto, à série das Pinturas negras.

A obra, junto com as restantes "Pinturas negras" foi trasladada de reboco para tela por Salvador Martínez Cubells por encomenda de Frédéric Émile d'Erlanger, um banqueiro belga, que tinha intenção de vendê-las. Contudo, as obras não atraíram compradores e ele próprio doou-as, em 1876, ao Museu do Prado, onde atualmente se expõem.

Representa o deus Cronos, como é habitual indiferenciado de Chronos (Saturno na mitologia romana), no ato de devorar um dos seus filhos. A figura era um emblema alegórico do passar do tempo, pois Cronos comia os filhos recém nascidos de Reia, sua mulher, por temor a ser destronado por um deles.

              
92              
Boyarina Morozova
Vasily Surikov

Nesta foto, Vasily Surikov, na imagem de uma pessoa - a nobre Morozova, retrata um evento histórico - um cisma da igreja que ocorreu na Rússia no século 17. Época deste acontecimento, a artista destaca não só a energia especial que emana do quadro, mas também o seu enorme tamanho. A obra da pintura demorou cerca de três anos ao autor e, após a sua conclusão e o fim da exposição na exposição dos Itinerantes, foi comprada por uma grande quantia para a Galeria Tretyakov.

Os costumes do Cristianismo dos Antigos Crentes eram familiares a Vasily Surikov desde a infância, porque ele próprio era siberiano, e os Velhos Crentes eram frequentemente praticados entre os habitantes da Sibéria. Surikov tirou o enredo de Boyarynya Morozova de um livro no qual conta como duas irmãs que pregavam os Velhos Crentes - Theodosia Morozov e Evdokia Urusova, foram presas por desobedecer à fé oficial e exiladas no Mosteiro de Chudov. O autor descreve no livro como Morozova foi levado aos portões do mosteiro. Nesse momento, ela levantou a mão e se cobriu com o sinal da Cruz, usando dois dedos à maneira dos crentes antigos. Isso é o que o pintor refletiu no quadro.

O desenvolvimento do movimento até certo ponto podeconcentre-se no visualizador apenas nesses efeitos especiais. E então toda a profundidade da ideia é perdida. Ele pode ficar em segundo plano. Portanto, o artista precisa de métodos absolutamente opostos de parar o movimento, que são claramente visíveis na imagem.

              
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Demônio sentado
Mikhaíl Vrúbel

Vrubel mostra o demônio deprimido rodeado pelas cores melancólicas do crepúsculo. Apenas algumas flores geométricas que parecem vidro o acompanham em sua solidão. O pobre diabo está sofrendo muito. Mesmo se olharmos de perto, podemos ver uma lágrima caindo em seu rosto.

Galeria Tretyakov, Moscou

              
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Banhistas
Paul Cézanne

The Bathers, 1898-1905 – óleo sobre tela – 210,5 x 250,8 cm - Philadelphia Museum of Art, Philadelphia, United States

As banhistas é uma das poucas obras pós-impressionistas que é figurativa. Ou seja, pessoas são representadas através da pintura; e não paisagens. Pode-se observar que a obra tem camadas grossas de tinta, cores bem vivas e pinceladas expressivas que enfatizam formas geométricas.

A pintura, que mostra diversas mulheres tomando banho, mostra bem como Cézanne se afastou do naturalismo do impressionismo através das características citadas acima. O pintor francês queria desnudar detalhes superficiais e se aprofundar na análise da geometria fundamental da natureza.

              
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Carregador de Flores
Diego Rivera

Foi pintada, em 1935 em masonite que é um tipo placa de madeira que também é uma das formas mais comuns de pinturas em superfície dura.

Mostra um homem lutando com todas as forças para tentar carregar um cesto enorme de flores que é amarrado com um estilingue. Atrás provavelmente seja a esposa dele tentando ajudá- lo a levantar. Enquanto as flores são impressionantemente Lindas para o espectador,o homem faz não ver a sua beleza por conta do esforço que ele tem que fazer para o mercado para uma possível venda ou entrega.

Museum of Modern Art (San Francisco, United States

              
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Le Déjeuner sur l'herbe
Édouard Manet

Le déjeuner sur l'herbe ou (em português, O almoço sobre a relva ou O piquenique no bosque) é um óleo sobre tela da autoria de Édouard Manet, pintado entre 1862 e 1863, com as medidas de 208 por 264,5 centímetros. A sensual e provocatória posição da modelo nua, perante dois homens completamente vestidos, provocou escândalo na sociedade mais conservadora, quando da sua exibição no Salon des Refusés, em 1863. Actualmente, o quadro está exposto nas paredes do Museu de Orsay, em Paris.

Por trás de um título aparentemente inocente, esconde-se um pintura com um força incrível, capaz de chocar o mais distraído espectador. A modelo e o homem sentado ao seu lado olham directamente o espectador, e a modelo, com o rosto seguro pela mão direita, não se inibe de sorrir ligeiramente, exibindo uma aparência segura e plena de sensualidade.

              
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The Last Day of Pompeii
Karl Pawlowitsch Brjullow

O último dia de Pompéia é uma grande tela de pintura do artista russo Karl Briullov em 1830-33. Briullov visitou o local de Pompéia em 1828, fazendo numerosos esboços retratando a erupção do Vesúvio em 79 EC. A tela completa foi exibida em Roma para comentários arrebatadores de críticos e depois transportada para Paris para ser exibida no Louvre. 

              
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O Filho do Homem
René Magritte

O Filho do Homem (em francês, Le fils de l'homme) é uma pintura de 1964 do pintor surrealista belga René Magritte.

Magritte pintou-o como um auto-retrato. A pintura consiste em um homem de fato e chapéu-coco, em pé à frente de um pequeno muro, com o mar e um céu nublado ao fundo. O rosto do homem é, em grande parte, ocultado por uma maçã verde pairando no ar. Apesar disso, seus olhos podem ser vistos na borda da maçã. Outra característica subtil é que o braço esquerdo do homem parece dobrar para trás no cotovelo.

              
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Imagens de caverna de Chauvet
30 mil anos

As pinturas da Caverna de Chauvet, localizada no sul da França, no Vallon-Pont-dArc, são datadas de algo entre 30 mil e 40 mil anos atrás.

              
100              
Pinturas na caverna de Altamira
15 mil anos

Esta caverna de calcário, mundialmente famosa por suas incríveis pinturas rupestres, é um dos locais arqueológicos mais importantes da arte paleolítica.

Possui um dos jazimentos mais completos de arte paleolítica, com pinturas e gravuras de animais e representações antropomorfas.

              
              
           
            
State Of The Art Almanac