Escrito no século I a.C. por Tito Lucrécio Caro; dividido em seis livros, proclama a realidade do homem num universo sem deuses e tenta libertá-lo do seu temor à morte. Expõe a física atomista de Demócrito e a filosofia moral de Epicuro.
O título traduz-se do latim como Sobre a Natureza das Coisas, ainda que por vezes chega-se a traduzir como Sobre a Natureza do Universo, quem sabe para refletir a escala real que se trata no livro.
A visão de Lucrécio é bastante austera, mas no entanto incita a alguns pontos importantes que permitem aos indivíduos um escape periódico de seus próprios desejos e paixões para observar com compaixão a pobre humanidade em seu conjunto, incluindo-se a si mesmo, podendo observar a ignorância, a infelicidade reinante, e incita a um melhoramento.
A responsabilidade pessoal consiste em falar sobre a verdade pessoal que se vive. De acordo com a obra, a proposição de verdade de Lucrécio é dirigida a uma audiência ignorante. Esperando que alguém o escute, o compreenda e desta forma passe a semente da verdade capaz de melhorar o mundo. Lucrécio rompe, em definitivo, com a ideia central e metafísica de 'natureza', o que lhe confere a virtude de extraordinário avanço na história do pensamento ocidental. 'Natureza' não é um a substância, um estado primordial, ou, ainda, uma causa final de toda realidade. A natureza se confunde com os próprios átomos. Para Lucrécio, nada procede do nada, por milagre divino e nada retorna ao nada . As coisas são constituídas por sementes eternas, ou seja, os átomos. Eles constituem o mundo, nada os precede |